Instalado num edifício de arquitectura tradicional e apresentando uma decoração típica, sóbria e requintada, esta Casa de Fados possui uma magnífica sala de jantar, com tecto ogival, colunas de pedra e até um poço mouro. A ementa oferece excelentes pratos da gastronomia tradicional portuguesa, que se saboreiam enquanto se assiste a espectáculos de fado cantados com alma, tanto por artistas de renome e como por amadores.
Dia(s) de Encerramento: Não encerraClube de Fado, o fado de voz profissional...
Silêncio que se vai cantar o Fado.
Ninguém o disse, nem existe nenhum papel a anunciar o pedido. A luz da sala reduz de intensidade e os empregados param de servir o jantar que nos fala de um “Bacalhau à Lisboa Antiga” ou de um “Bife à Clube de Fado”, entre outros pratos, todos eles cuidadosamente confeccionados. É o momento de pausa para tomar atenção àquilo que todos os presentes pretendem. Inaugura a noite, Joana Amendoeira, uma jovem fadista, que diz quem sabe, ainda dará muito que falar. Acompanha a sua voz a guitarra, viola e um contrabaixo. Ao tradicional profundo, o toque de moderno surge com o som proveniente deste instrumento de proporções generosas e de uso menos vulgar nestas coisas do fado. As notas da guitarra espalham-se pela sala sóbria mas requintada, senhora de um encanto especial emprestado pelo tecto ogival, pelas colunas de pedra, pelas lajes e ainda pelo poço mouro. A construção é antiga, já funcionou como cavalariça e no último século como armazém de azeite. Há quase 10 anos que aqui se instalou o Clube de Fado e a Sé, ali do lado, assistiu a todas estas mudanças.
Começa a fadista a cantar e os instrumentos baixam de tom para dar projecção à voz. O proprietário, Mário Pacheco, guitarrista conceituado, sabe bem o que faz. Também ele toca na casa que é sua.
Nesta primeira investida, cantam-se três temas. Depois nova pausa para prosseguirmos com o jantar e ao longo da noite surgirão os restantes fadistas, todos eles profissionais e detentores de nomes conceituados, como Maria da Nazaré, Cila Guimarães, Carla Pires (mais uma jovem revelação, que fazia de Amália, enquanto jovem, no musical de La Féria). Nas vozes masculinas, entre outros, José da Câmara e Rodrigo Costa Félix, qualidade garantida.
O público conhece a letra e vai embalado na cantoria. Só palmas é que não são permitidas, apenas no final. As palavras de apreço não tardam a surgir.
- És linda Fadista!
Largamos a Sé, e vamos ao Bairro Alto conhecer outra casa.