Um dos mais conceituados restaurantes de Lisboa, já teve morada na vizinha Travessa das Inglesinhas, passando depois para o Convento das Bernardas, onde ficou a ganhar em espaço. É mais amplo, mais bonito, melhor. Para começar, uma sucessão impressionante de entradas que parece nunca mais terminar. Sábado à noite comem-se mexilhões com batatas fritas. Depois a lista, completa e apetecível. E os vinhos, escolhidos com esmero. Finalmente as sobremesas, cada uma melhor que a outra.
Bar/Sala de espera: BarÉ um dos restaurantes mais famosos da capital. Durante mais de uma vintena de anos alojou-se numa outra Travessa, a das Inglesinhas, mas desde há quatro, já Lisboa estava rendida à sua cozinha, recebeu nova morada na Travessa do Convento das Bernardas.
Ganhou em espaço (o anterior era bem mais pequeno) e em História, com o aproveitamento criativo das características do convento, e como bónus, ainda se serve do claustro. A ele também têm acesso os visitantes do Museu da Marioneta. À entrada do restaurante, como que a sugerir uma outra visita, lá estão alguns destes bonecos. Para ver mais só mesmo visitando as mais de mil peças feitas com tecido, madeira e uma grande dose de originalidade. Depois, o bar e sala de espera. As lajes demonstram bem o uso que tiveram ao longo dos séculos. O forno ainda está quente. O pão que está nas cestas, acabou de ser cozido e está à espera de ir para as mesas. Todos os dias é este o ritual.
Já na sala principal, antigo refeitório, o ambiente é de casa de família. A decoração, é antes de mais, coerente com um local com esta carga histórica. Paredes grossas, tecto abobadado, azulejos gastos pelo tempo e tijoleira ressentida pelos passos. O mobiliário parece antigo. Se não é, imita muito bem. Há peças em Arte Nova, outras são simplesmente rústicas. Nem cá faltam os quadros e as velas, já colocadas nos castiçais, ainda não estão usadas. Provavelmente estão à sua espera. Remonta a 1978 o surgimento deste restaurante ao gosto belga, a nacionalidade da fundadora, Viviane Durieu. Com o tempo, foi-se testando pratos de fusão e introduzindo a gastronomia tradicional portuguesa (os produtos são nacionais) de apresentação internacional. Mas ainda cá encontra influências dessa altura como a cerveja belga à pressão e aos sábados os mexilhões, acompanhados de batata frita, dois símbolos desta casa.
2005-07-05