Quinta de agricultura biológica, regida por um inovador conceito ambientalista, situada perto de Aljezur, em plena Costa Vicentina, junto de um magnífico lago natural. A casa, construída exclusivamente com materiais "amigos do ambiente", como o adobe, que tem a particularidade de ser um regulador natural da temperatura, é de piso térreo, de linhas simples e direitas. Os espaços interiores encontram-se decorados de forma simples, leve e despojada, tirando amplo partido da luz natural.
Acessos: De Lagos, Nacional 120 em direcção a Aljezur. Depois, seguir as placas em direcção a Vales, que está sensivelmente a 5 Km. Às portas de Vales, seguir pela estrada de terra batida até à Quinta do Lago Silencioso.Uma casa de Adobe
Às portas de Vales, segue-se pela estrada de terra batida que nos leva até à Quinta do Lago Silencioso. Ao aproximarmo-nos, sentimos os aromas da natureza trazidos pela leve brisa que sopra. São os cheiros dos pinheiros com as amendoeiras que se misturam perfumando o ar.
Em frente, está a casa que se prolonga ao longo do horizonte. É bonita, de design moderno, porém toda ela construída em adobe, como manda a tradição do sul. Apesar de térrea, ostenta um pé direito bastante elevado, o que aumenta o seu espaço e luminosidade interior. Sensivelmente a meio, existe o alpendre com cadeiras de vime que separa a parte dos hóspedes, com a dos proprietários. É um local agradável para se estar até de noite, observando o céu estrelado do campo.
A seguir, recolhe-se aos aposentos, os quartos. São amplos confortáveis e de decoração rústica. Na casa principal, existem três quartos duplos, para além das duas salas comuns para os hóspedes. A primeira com acesso directo para o alpendre e a segunda, com vista para o lago, onde também se tomam os pequenos-almoços. Saindo para o jardim do lado do lago, desfruta-se da paisagem que se alonga por ínfimas extensões ao longo do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Lavadas as vistas é tempo de fazer a volta de reconhecimento do terreno. Para tal, caminha-se descontraidamente barranco abaixo com a certeza que não se irá encontrar uma beata de cigarro ou menos ainda, qualquer plástico perdido a eito por entre os arbustos. Como explica a proprietária Andreia, "a filosofia desta Quinta passa por uma consciência ecológica".
Uma piscina natural
Agora é tempo de nos aproximarmos da grande atracção da Quinta, o lago, cuja a extensão supera a de qualquer piscina olímpica. Pode-se tomar banho e nadar à vontade pois é profundo, principalmente no centro onde atinge os oito metros. Ao redor, as margens foram empedradas de forma a impedir a formação de lodo ou que a vegetação crescesse em demasia. E na zona frontal à casa, escadas de cimento dão-nos o acesso de uma forma triunfal ao lago que conserva temperaturas muito apetecíveis para nadar.
Curiosamente, também há outras formas de tirar partido deste tanque natural. É que para além de se poder utilizar as canoas e gaivotas que lá estão, é permitido pescar. Lança-se a cana sem medo de avistar monstros, serpentes gigantes ou crocodilos. Nada disso, apenas peixes, rãs, sapos e muito milhares de girinos que saltitam ansiosamente ao pé das margens. Nós conseguimos avistá-los perfeitamente por entre uma água clara e limpa, onde não se encontram indícios de poluição. Nos meses da primavera, também chegam algumas aves, como o casal de patos-bravos que costuma por cá aparecer todos os anos, as cegonhas e até uma águia de Bonelli.
Durante praticamente quase todo o ano, o nível do lago mantém-se estável, variando apenas cerca de um metro entre Verão e Inverno.