A Serra do Mendro acolhe a Quinta da Fé. Inserida numa propriedade com 11 hectares e atravessada por um pequeno riacho, esta quinta oferece um ambiente de charme, com quartos temáticos decorados de forma alusiva à região. De resto, as decorações oscilam entre o exótico, com desenhos nas paredes e véus que pendem sobre os leitos, em tons fortes e quente, e o moderno, com casas de banho decoradas com base nas últimas tendências. A propriedade está ligada ao turismo equestre por via da criação de cavalos lusitanos.
Acessos: De Lisboa, apanhar A2 e A6 em direcção a Évora e depois o IP2 para Beja, saindo na indicação Vidigueira/Moura. No cruzamento, prosseguir para Moura/Pedrógão, passando por baixo do viaduto do IP2 e apanhar a estrada para Alcaria/Marmelar, seguindo depois as placas para a Casa da Fé.É quando se descobrem sítios como a Quinta da Fé que o descanso tem outro significado. O sítio onde ela se encontra, bem no meio do campo alentejano, é daqueles lugares que ninguém se lembra de vir e os que daqui eram já fugiram para outras paragens há muito tempo. A paisagem é singelamente bonita e não menos se pode dizer do interior da casa. As fotografias estão cá para reafirmá-lo.
Aqui a terra está dedicada a vários fins como provam os olivais e os vales cobertos de vinha. Pelo caminho rural que conduz à casa é possível observar actividades tradicionais como o "descascar" dos sobreiros. Para estas bandas, o turístico ainda não assentou arraiais. Tirando quem propositadamente procura repouso na quinta ou alguma agitação nas aulas de equitação, só os pastores é que por aqui vêm, calcorreando terra a apascentar os rebanhos. Cenário bucólico, sem tirar nem pôr.
A surpresa está no interior
Esta Casa de Hóspedes surpreende. Tradicional por fora, por imposição da lei, porém charmosa e cosmopolita por dentro, à semelhança do seu proprietário, um belga que escolheu Portugal para viver. Acreditem em quem já percorreu o país de norte a sul e se deixou adormecer em muitos hotéis pelo país fora.
O revestimento interior tem por mote o tradicional das abóbadas e da típica lareira alentejana por contraponto com as várias lembranças das viagens por diversos pontos cardeais de Marc André Wery, o proprietário. Só se sente o Baixo Alentejo a partir do momento que se coloca o pé fora de porta. Se nos mantivermos no interior são muitas as paragens onde poderíamos estar. Em Itália de onde é originário o espelho da entrada de grandes proporções, no Tibete pelo biombo que na sala serve de quadro e ainda na Índia, nacionalidade das tapeçarias.
A decoração desempenha um papel deveras importante a par com o acolhimento. Uma antiga porta de madeira maciça serve agora de mesa de centro onde poiso a chávena de chá. O crepitar da lareira embala a conversa. Ouve-se música clássica e é ao som desta que se pode passar bons momentos na mesa de jogo.
Uma grande mesa comum promove o encontro dos hóspedes ao pequeno-almoço, que pode chegar a ser tomado “tarde e a más horas”, ou às restantes refeições do dia. Quando assim for, conte com os melhores tecidos para vesti-la e utensílios de prata para servi-lo. Já o dissemos mas não nos importamos de repetir. O Alentejo está lá fora ou no prato, consoante a receita.