Num antigo convento franciscano do século XIII, em pleno centro histórico da cidade de Beja, nasceu a imponente Pousada de São Francisco, integrando o misticismo que envolve um convento e as comodidades actuais. Os primeiros registos deste convento datam de 1268, data que assinala o aparecimento da Comunidade de S. Francisco em Beja sob iniciativa do alcaide-mor Lopo Esteves e dos Vereadores Diogo Fernandes e Vasco Martins. A Pousada de São Francisco é um hotel histórico de luxo, com um excelente serviço e toda a riqueza da gastronomia regional. Um verdadeiro oásis em plena planície Alentejana.
Acessos: No centro histórico da cidade. IP2, IP8, N122 (direcção Beja)No plátano em frente à Pousada de São Francisco, os pássaros aglomeram-se às dezenas. É impossível saber de que espécies se tratam pois escondem-se tão timidamente que só as melodias estranhas que entoam os denunciam. A tarde já vai alta mas o presságio de sermos invadidos pela paz e tranquilidade deste antigo convento do século XIII desfaz qualquer contratempo ocorrido durante a viagem. E à espera de quem estas terras procura, está a tradição alentejana de receber. E bem!
Memórias tranquilas
Depois de devidamente alojados, é altura de percorrer este velho convento franciscano. O som dos passos na tijoleira recém encerada anuncia quem chega. Os sentidos não mentem.
O Sol entra pelo claustro, o ponto de partida para todas as áreas do antigo convento, e estende-se pelo corredor, mobilado por sofás de tamanho invulgar que convidam a ficar, nem que seja por alguns minutos, enquanto se observa o voo recortado de uma pomba.
Adivinham-se dias de descanso… Ao som do canto gregoriano, descobrimos os cantos à casa e é inevitável uma viagem ao passado e imaginar como viviam aqui os religiosos. A Sala do Capítulo é, talvez, a área mais bonita da pousada, se é que não é tímida a classificação. Frescos recuperados, infelizmente não na totalidade, dão um brilho especial ao local. A antiga capela pode perfeitamente receber exposições com a arte a embelezar as paredes frias do templo.
Actividade sem excesso
O piso superior, onde originariamente se situavam as celas dos monges, foi readaptado e agora é ocupado pelos quartos. Na parte inferior ficam as áreas sociais. Acima de tudo, tentou fazer-se coincidir os actuais espaços com as funções primitivas do convento.
A reconstrução prolongou-se por sete anos, em que se foram acrescentando espaços de lazer como a piscina ou o jardim, antigo quintal. Este é o espaço indicado para se ler um livro acompanhado de uma bebida. Ou então escolher um parceiro e desfrutar da aventura de poder jogar uma partida de xadrez em tamanho gigante. O campo de ténis é outro dos espaços a descobrir, se estiver com energia para isso, claro.
Aqui esquece-se o tempo passar. Com o cair da noite, acendem-se as luzes e a beleza é outra… a existir a companhia certa, o ideal seria um passeio pelo jardim, para sentir os aromas das várias plantas, mas as horas de jantar aproximam-se.
A tradição não está só nas paredes do convento mas também nos pratos regionais, confeccionados com todo o requinte, o que torna difícil a escolha. Não fosse cair em heresia, que venha o diabo e escolha qual destes pecados é o mais leve… se a tentação de um ensopado de borrego, se a típica carne de porco à alentejana ou o bacalhau conventual.
Há ainda o bar com porta aberta para o jardim. Aqui junta-se quem veio para ficar alguns dias e quem passa apenas para beber um copo. Mesas de jogos de cartas com toalhas decoradas com os quatro naipes convidam a ficar mais tempo que o previsto. Numa sala oposta, uma mesa de bilhar está à espera que se sirvam dela. Com bons modos… Na antiga igreja organizam-se, por vezes, noites especiais, como concertos. Pode ser que tenha a sorte de visitar a pousada num dia desses.