Aqui a cozinha italiana tem uma identidade, a do mezzogiorno italiano. A pizza bem napolitana, a mozzarella fresca e outros produtos típicos do sul de Itália saboreiam-se ao ritmo do clima de Lisboa: na placidez da ampla esplanada, na primavera e no verão, ou ao calor do forno a lenha, no Inverno.
Bar/Sala de espera: BarEncontro imediato
Bom augúrio para um restaurante italiano em Lisboa seria os donos serem originários do país em forma de bota. Sérgio Cammarosano e Gianluca di Nicuolo são do sul de Itália.
Por uma série de circunstâncias que não vêm agora ao acaso, vieram parar estes dois camaradas a Lisboa. Uma amiga em comum apresentou-lhes António Rocha, português de gema mas que durante bons e largos anos foi professor em Itália. Estava este apaixonado pela gastronomia italiana desejoso de ter um espaço genuíno cá em Portugal. Foi com este novo impulso que se formou a sociedade.
O nome do restaurante, Mezzogiorno, não lembra só a hora a partir da qual os estômagos começam a reclamar. É ainda sinónimo da zona mais a sul de Itália, o equivalente ao nosso Alentejo e Algarve.
Gianluca, o cozinheiro de serviço, conhece bem da matéria. Não é só por culpa da nacionalidade, é também por causa do restaurante que dirigia na sua terra. Sublinhamos cozinheiro porque o pizzaolo é brasileiro mas com muita experiência a esticar e cozer massa. Ao fazer o caminho de regresso de Pedro Álvares Cabral, acabou por ficar, e já conta mais de 10 anos.
De Sapri ao Chiado num pulinho
Pizzas e pastas são baluartes da cozinha italiana e aqui não poderiam faltar. Porém, as pizzas de massa grossa, (mais no rebordo) tal e qual como se faz em Sapri, de onde são originários os dois italianos, têm o papel principal.
A localização, um pátio no Chiado, faz da esplanada algo só visto nesta zona de Lisboa. Também aqui se podem servir refeições e ficar tranquilamente a apreciar as vidas que correm depressa. Assim permita o tempo.
A sala do restaurante fica, porém, na cave. Sítio sombrio e escuro estará a pensar neste momento, mas não. A imaginação associou-se à criatividade e resultou o que se vê pelas fotografias. Uma atmosfera alegre com honras de cores fortes. Nas paredes, a preto e branco, fotografias do Carnaval de Nápoles e de pratos tradicionais como os que são servidos a esta mesa.
As mesas, falta este pequeno pormenor, estão juntas umas às outras. Só não há bancos corridos como a tradicional tasca portuguesa. Nada que nos soe a estranho.