Localizado no Alto de Santo Amaro, uma das zonas mais tranquilas da cidade, o Pestana Palace resulta da recuperação do antigo Palácio Valle Flor. Com maravilhosas vistas sobre o rio Tejo e o luxuriante jardim que o circunda, o edifício é datado do final do século XIX e está classificado como Monumento Nacional, tendo sido alvo de um rigoroso restauro, que lhe devolveu todo o seu esplendor original.
Categoria: 5 estrelasA Casa do Lago
Termino um chá na Casa do Lago, um pavilhão construído em ferro pintado de vermelho com vidros nos intervalos quadriculados. Por todo o lado cai luz iluminando o axadrezado dos mosaicos vermelhos e brancos. Ouço com inveja o som da água quebrada por mais um mergulho. Não vejo a piscina daqui. Em vez do azul da água revestida a mármore, optei pelo verde bucólico dos jardins, classificados como monumento nacional. Antes deste chá das cinco, perdi alguns minutos passeando nos estreitos caminhos de calçada portuguesa, adquirindo odores de plantas exóticas e de outras mais vulgares.
Confesso que não entendo nada de botânica e nem sequer consigo reconhecer a esmagadora maioria das espécies. Mas nem é preciso. Para quê? Este jardim não é um monumento para aprender. Apenas para sentir e cheirar.
O frio apresenta-se neste fim de tarde, pelo que faço o caminho de regresso em direcção ao Palácio. Passo por uma estátua em bronze do Deus Hermes, (o Deus protector dos viajantes) que numa pose formosa e atlética, transmite uma postura e um olhar indiferente a quem passa, como se fosse o senhor do Jardim. Talvez seja. Por uma alameda observo as linhas direitas das novas alas do hotel construídas à esquerda e à direita do restaurado Palácio do Marquês de Valle-Flor. O contraste das linhas não incomoda nada. À frente do edifício antigo predominam as cantarias e a pedra que cerca as janelas, com paredes preenchidas por amarelo. Nas novas alas, onde se situam os quartos, abunda mais o branco e os ângulos rectos. Deixo o jardim e subo a escadaria de acesso ao palácio. Deambulo de salão em salão, esmagado pelos veludos dos sofás, pelos frescos dos tectos e pelos olhares penetrantes dos retratos a óleo.
2003-10-14