Empresa especializada em actividades de aventura, recreio, lazer e desporto, com programas que vão desde os passeios pedestres ao baptismo de surf, escalada e rappel. Entre os serviços disponibilizados estão também os projectos Empresas Activas (teamwork adventures, incentivos, formação, etc) e Escolas Activas (fins-de-semana e férias aventura, challengers inter-turmas, etc).
De repente torna-se óbvio que haja pessoas a levantar-se mais cedo para fugir até ao mar: pelo gozo de se confrontarem consigo mesmas em cima de uma prancha de surf.
Finalmente o mar, a leveza de deslizar deitada na prancha e esquecer tudo. A noite mal dormida e os quilómetros de condução dissipam-se instantaneamente naquele ínfimo lapso de tempo, do primeiro contacto com a água. Não é só dia de estreia no surf, por uma deliciosa coincidência é o primeiro banho do ano, o que torna mais intenso cada instante de descoberta. O entusiasmo do arranque é mais vivo depois do longo adiamento na areia: metade da aula passa-se em terra, no que se assemelha a um verdadeiro ritual de iniciação. Começa por ser uma conversa descontraída em que o instrutor Miguel Quintas, da Naturasines, vai percebendo o (pouco) à-vontade no mar enquanto transmite conceitos básicos da modalidade. O mais importante é o entusiasmo que transparece das palavras de um homem que há 15 anos descobriu o prazer do surf. Pouco a pouco, o léxico vai sendo desfiado, sempre com a recomendação de que há tempo para aprender: não vale a pena tentar reter tudo hoje. Mais que o conhecimento rigoroso, transmite-se a confiança que fará toda a diferença na atitude que se terá no mar.
Está uma manhã radiosa em S. Torpes, Sines, e o fato de neoprene continua à espera de ser vestido, a não ser que se queira fazer sauna num cenário alternativo. O aquecimento já é feito com o fato, mas em versão arejada, enfiado só até à cintura. É importante não descurar o aquecimento, que ainda assim não nos poupará à confirmação do aviso: no surf usamos músculos pouco solicitados noutras actividades.
Haverá tempo para essa constatação; por agora mimetizam-se os movimentos a fazer em cima da prancha. Primeiro sobre uma linha desenhada na areia. Corpo deitado, içar o tronco sobre os braços esticados, flectir a perna direita até à altura do joelho, rodando ligeiramente a anca no mesmo sentido e dando espaço à perna esquerda para avançar. Isto no caso de o surfista ser regular (pé esquerdo à frente); invertam-se as instruções no goofie (isso mesmo, no surf quem usa o pé direito à frente tem nome de pateta).
O movimento tem de ser fluido e rápido, o que está longe de acontecer mesmo em terra. É preciso repetir, repetir, repetir, vezes sem conta; depois já sobre a prancha, para se ir interiorizando a posição relativa do corpo.