Museu de Erva Moira

Acessos: Os únicos acessos à Quinta de Erva-moura são as estradas (não-alcatroadas) das montanhas, por onde apenas podem circular os jipes dos guias do Parque Arqueológico do Vale do Côa.

A Quinta da Erva-Moira, propriedade da casa Adriano Ramos Pinto, fica situada na margem esquerda do rio Côa, e é utilizada como museu desde Novembro 1997. Trata-se de um espaço dedicado à cultura e às características muito particulares desta região portuguesa. Possui diversas salas, dedicadas a diferentes áreas e temas de exposição, desde o património natural e geomorfologia local, até às mostras arqueológicas, com peças que datam da época da ocupação romana e da Idade Média, bem como artesanato tradicional e mostras dedicadas ao enoturismo. No espaço que rodeia a Quinta-Museu da Erva Moira, é possível desfrutar de uma das mais belas e envolventes paisagens naturais de Portugal, o vale do Côa.

Dia(s) de Encerramento: Segundas
Horário de visita: Visitas às 09:30, 10:30, 11:30, 14:30, 15:30 e 16:30.
Marcação prévia: Para visitar o Museu de Ervamoira, é necessário marcar previamente a visita, por telefone. As visitas poderão fazer-se de Terça a Domingo, a partir das 9:30. Os visitantes serão levados até ao museu, de jipe, por um dos guias do Museu de Ervamoira, a partir da aldeia de Muxagata.
Observações: Os horários das visitas estão sujeitos a alterações. Outros contactos: 932992533
Serviços disponíveis: Bar-esplanada. Transporte automóvel de visitantes.
Título: História e paisagens
Morada: Quinta da Erva Moira - Apartado 39
Código Postal: 5150 MUXAGATA VLF
Tel: 279759229
E-mail: museuervamoira@mail.telepac.pt
Distrito: Guarda
Concelho: Vila Nova de Foz Coa
Freguesia: Muxagata

Quinta da Erva Moira


Visitar um museu dentro de uma quinta de vinhos em pleno vale do Côa. Não há pinturas rupestres, e para se chegar lá, é preciso atravessar ribeiras e picadas de jipe. E no fim, claro, a prova dos vinhos.


N'Dalo Rocha

Descobrir o terreno

A aventura tem início na pequena aldeia de Chãs, perto de Vila Nova de Foz Côa. Quando chegar, procure o centro de acolhimento da quinta junto ao pelourinho, e encontre-se com o guia. Depois começa a verdadeira odisseia. O museu da Erva Moira ainda está a alguns quilómetros dali e para lá chegar, só mesmo de jipe. Até pode parecer exagero para visitar um museu, mas lembre-se que não está na cidade, e não há estradas asfaltadas até à quinta. Por outro lado, é melhor não arriscar experiências com um automóvel normal, com o perigo de partir um eixo. Safa a trabalheira.

Em Chãs, logo à saída da aldeia, a estrada é de terra batida e, enquanto o todo terreno vai oscilando ao sabor dos buracos, o guia começa as suas explicações. Lentamente, lá vamos penetrando em pleno Vale do Côa. A viagem não é muito atribulada e até se atravessa uma pequena ribeira com vários centímetros de profundidade. O Camel Trophy já lá vai, mas sempre dá um cheirinho de rali.

A vegetação é escassa e pouco frondosa, talvez devido ao microclima que se faz sentir, muito quente no Verão e frio no Inverno. O terreno é rochoso, essencialmente xistoso, mas também se encontra algum granito na região, pois esta zona tem uma geologia muito particular. Ao lado da estrada de terra batida surge isolada uma amendoeira florida. "Esta é selvagem, por isso floresce mais cedo do que o normal" esclarece o guia Carlos Soares.

Por fim, subimos mais outra encosta acentuada e deparamo-nos com dois grandes pilares de pedra que montam guarda no caminho, os portões da quinta que encerram atrás de si mais de 120 ha de vinha.

A quinta

Lá dentro, pasme-se com a vista, talvez por esta não ser a típica quinta do Douro com vinhas em socalco. No início da Primavera ainda não é muito visível o efeito de contraste de cores, porém no verão, porque o Vale do Côa está completamente seco, os tons verdes, amarelos e dourados assemelham-se quase a um manto, como se fossem qualquer pintura impressionista no meio da serra.

Aproveitando as excepcionais condições de microclima e a pouca inclinação do terreno, a vinha é plantada ao longo de toda a encosta, como se de um simples pomar se tratasse. Mas se a geografia do terreno foi aproveitada para plantar vinha, tem uma razão de ser, que remonta à época pós 25 de Abril, quando José António Ramos Pinto, decidiu visionariamente comprar a quinta de trigo, para produzir vinho. Houve quem lhe chamasse louco, mas tenaz, levou a sua avante e acabou por fazer uma quinta moderna, concebida de raiz com processos altamente modernos e mecanizados, como a pré-poda da uva. Com o passar dos anos, os hectares de pés de vinhas foram crescendo e de ano para ano, apuraram a qualidade, que se aprecia nalguns vinhos do Porto.

2002-06-11
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