Sobre umas ruínas reconstruídas de um velho moinho da zona Oeste do século XVIII, criou-se um espaço acolhedor que nos proporciona uma vivência de dias remotos e de uma estadia de inesquecível romantismo.
Uma sala de estar com lareira, no piso térreo; um quarto de casal com casa de banho, no piso intermédio; e no piso do capelo existe um quarto com cama de casal. A alguns metros, encaixado na roda da Serra, encontra-se um anexo equipado para cozinha e sala de refeições, donde se desfruta uma paisagem verdejante, de todo o vale que se estende na soe da colina.
O Moinho da Senta está inserido numa área protegida, em seu redor encontram-se mesas e bancos onde se pode tomar refeições, entregarmo-nos a uma leitura ou, simplesmente, usufruirmos da beleza, do silêncio e da calma da natureza que nos rodeia.
É o lugar ideal para descansar respirando o ar das Serras D`Aire e Candeeiros, através de passeios a pé ou de bicicleta.
Podem usufruir da piscina na Casa do Foral.
A caminho do monte
Localizado aproximadamente a dois quilómetros de Rio Maior, está o Moinho da Senta. Na verdade, da estrada vê-se apenas uma comprida barra de ferro que faz de cancela ao caminho de terra batida. É altura de procurar as chaves do cadeado, abrir o portão improvisado, sempre com atenção aos dedos.
Até ao cimo do cabeço onde se encontra o moinho anda-se talvez trezentos metros. Primeiro, passamos pela casa do moleiro, que foi recuperada e também se aluga. Imaginamos que tenha muita luz, a avaliar pela enormes janelas do alpendre. Prosseguimos marcha, para uns instantes depois, chegarmos ao topo, onde se encontra o nosso objectivo: o moinho.
Redondinho e acolhedor, lá está ele, de aparência circular que termina em forma cónica pelo telhado afilado que se extingue no vértice da ponta. É mesmo um moinho a sério, ou melhor, foi. O que vamos encontrar lá dentro nada tem a ver com o original, mas tanto melhor. Pois dormir em cima de sacas de farinha não deve ser propriamente confortável, ainda que endureça as costas.
De noite, sempre que o tempo estiver favorável e a lua decidir aparecer, desfruta-se para além do céu estrelado, dos cumes da Serra de Aires e Candeeiros, assim como se avista com nitidez o aglomerado de luzes a nordeste que compõem Rio Maior. E o silêncio é completo, mais uma vantagem para todos os que gostam de meditações.
Como uma casa de bonecas
Deixando de lado os pensamentos metafísicos, o imperativo agora é entrar em casa, ou seja, no moinho.
Na porta, um enorme ferrolho que cedo se percebe estar preso com outro cadeado. Vão-se experimentando as chaves, abre-se o cadeado, puxa-se o ferrolho, empurra-se a porta e entra-se.
O primeiro impacto é agradável e não será de todo descabido se nos escapar alguma expressão de espanto como: “Uáu!”. De facto, trata-se de um lugar bonito, simples e principalmente muito acolhedor.
A lareira logo ao pé da porta, uma pequena mesa de centro e bancos em semicírculo, que afinal não são mais do que o aproveitamento da forma circular desta casinha de bonecas. Coberto por almofadas forradas a pano, permitam que cá estejam confortavelmente mais até que os quatro adultos que o moinho comporta.
Ainda há um pequeno armário de parede, porém o que mais desperta a atenção é sem dúvida a lareira. Normalmente, as noites de Inverno costumam ser frias, com a agravante de nos encontrar-mos em cima do monte, onde estamos na mira do vento que sopra vindo de todas as direcções.
Deste modo, a primeira missão a levar a cabo é precisamente acender o fogo, de modo a regular a temperatura da casa. Felizmente os proprietários facilitaram-nos essa tarefa, pois, deixaram à nossa disposição um cesto apinhado de toros, para além das acendalhas e caixas de fósforos. Não custa nada, é que um moinho também pressupõe aventura.