Quase a completar 20 anos de experiência em actividades mais tradicionais, como BTT, canoagem, escalada ou passeios pedestres, a Margens dedica-se agora também a novas modalidades como os Zap Cat, Bob Cat e o Trash Experience, a mais recente extravagância no que diz respeito às actividades para libertar o stress. Já pensou partir um carro à marretada? Aqui pode fazê-lo.
Com as canoas colocadas dentro de água, e dadas as necessárias explicações, a viagem começa. Das Azenhas d’El Rei, perto da povoação de Montejuntos, até ao Moinho do Gato, no sopé de Monsaraz, são dezoito quilómetros de águas calmas e espelhadas. É a primeira etapa de uma descida de canoa onde todos podem participar. A um ritmo suave e descontraído, onde o som dos remos a entrar na água se mistura com o chilrear dos pássaros, este estilo primitivo de barcos, que dispensam a utilização de ruidosos motores fora de borda, são a melhor forma de gozar as belezas naturais duma paisagem que tem resistido à passagem do Homem.
As gravuras rupestres
A meio caminho, perto do Moinho da Moinhola, uma das muitas bonitas construções de pedra abandonadas que por ali existem, é altura para uma primeira paragem. Espalhadas no xisto, dezenas de gravuras rupestres, as tais descobertas há pouco tempo, na sua maioria de forma circular, fazem-nos regressar a um passado sem barragens. É vê-las agora ou nunca mais, porque dentro de algum tempo estarão submersas. De novo na água, e algumas remadas depois, é hora de almoçar no Moinho da Volta, o cenário perfeito para ganhar forças para a segunda etapa da viagem. Sem darmos por isso, entre mergulhos e algumas passagens por zonas mais turbulentas, mas de fácil passagem, chegamos ao destino final deste primeiro dia de canoagem, onde se avistam as bonitas muralhas de xisto de Monsaraz que contrastam com o branco da igreja.
Planetário a céu aberto
Sob um céu estrelado, imagem de marca das noites alentejanas, é servido um churrasco onde o porco é rei e senhor. Contam-se histórias e aventuras, sempre regadas com cerveja fresca, até que o cansaço obrigue a uma retirada estratégica para o conforto raro das camas do Monte Roncão. Para os amantes das noites ao ar livre e do campismo, existe sempre a hipótese de dormir em tendas montadas pela organização.
Castelo da Lousa e Aldeia da Luz
Numa passeio assim, lá terá que ser. Acordar cedo, tomar o pequeno-almoço e partir. Hoje é para Mourão, onde têm inicio os últimos oito quilómetros do percurso. Esta vila alentejana marca a mudança da paisagem fluvial, com o rio a alargar-se e zonas de grandes blocos de xisto, onde outrora se avistavam cegonhas pretas, a aparecer. O ponto alto desta etapa é a passagem pelo Castelo da Lousa, uma fortaleza mística, de origem romana, cuja história se desconhece. De acesso difícil, contam-se pelos dedos os seus visitantes aos longo dos anos, sendo os canoístas que por ai passam uns dos poucos privilegiados com acesso ao interior deste monumento nacional, também ele uma das vítimas anunciadas da subida das águas.
Na hora da despedida