Situado na magnífica Serra do Caramulo, entre as regiões da Beira Alta e da Beira Litoral, inserido num cenário rico e deslumbrante, este hotel oferece condições únicas para quem quer estar em comunhão com a natureza, num ambiente sossegado e revigorante. É o ideal para quem pretende fugir à azáfama da vida urbana e recuperar energias. Tem 87 quartos bem equipados para o viajante de lazer ou de negócios. O hotel também dispõe de condições para a prática de desportos ao ar livre, como BTT, canoagem, rappel, entre outras. Possui restaurante, bar, piscina, ginásio, cabeleireiro e SPA.
Acessos: IP3 - saída Tondela; IP5 - saída Oliveira de FradesA surpresa é agradável. Espaçoso, extremamente espaçoso, com um pé direito muito alto, e o chão forrado a alcatifa de padrão escocês.
As paredes, pintadas com cores suaves produzem um efeito completamente anti-claustrofobia, o que aliás encaixa como uma luva na filosofia anti-stress de quem chega. Depois há a vista, que se alonga muito para lá dos arrabaldes da vila. Sem nevoeiro, vê-se bem Tondela, Viseu e muito lá ao longe o início da encosta este da Serra da Estrela. Com engenho, imaginamos que talvez fosse este o campo de visão de qualquer águia de Boneli. Porém, nem sequer saímos da janela do quarto.
Para retemperar forças – retemperar forças é a melhor desculpa do mundo para o que quer que seja -, há o bar onde em frente da lareira sabe sempre bem tomar um aperitivo. Ou digestivo, quando aqui se regressar, mais tarde.
O restaurante satisfaz quanto baste. Empregados delicados, e a enorme lista de sobremesas a fazer de terrível tentação. Talvez sirva para ganharmos mais algumas calorias, algo perfeitamente justificável dada a época do ano e o frio que se faz sentir. Até porque convém ir bem agasalhado quando for passear pela mata viveiros ou visitar as aldeias vizinhas.
Distrair a mente
Para além do hotel, há toda uma filosofia criada para nos esquecermos desse mal urbano chamado stress. Sim, isso é o que todos dizem em todo o lado, mas aqui há algumas diferenças.
No IPSSO (Instituto de Prevenção do Stress) um psicólogo acompanha-nos em sessões de relaxamento, os nutricionistas fazem programas para emagrecer e há, ainda toda a actividade física, como caminhadas e desportos de aventura para preencher o tempo.
Se prefere algo mais ocioso, pode-se sempre ficar pelo SPA e desfrutar daquelas pequenas coisas que ninguém gosta, como saunas, piscina e massagens. Um sofrimento. Tenha é cuidado para não se habituar, que qualquer dia terá que voltar ao trabalho, e nem toda a gente sabe massajar assim.
Um museu invulgar
João de Lacerda, para além de médico e coordenador dos sanatórios do Caramulo, também era um homem culto e visionário, e talvez por isso tenha decidido criar um museu no meio da serra. Inaugurado nos anos 50, reunia peças de arte de vários coleccionadores privados, muitos deles amigos de Lacerda. Mas a paixão automóvel acabou por se impor, transformando o museu num museu misto. No primeiro andar, arte, com dois quadros de Dali e Picasso logo na primeira sala, para surpreender qualquer um. Além destas enormes raridades, há peças de cerâmica chinesa e portuguesa e alguma tapeçaria.
Em baixo, carros. Organizado cronológica e tematicamente, é possível ver os primeiros exemplares de 1900, ainda com pneus de borracha maciça, ou um Dorvac de 1902, que atingia uns vertiginosos 60km/h. E há outras relíquias, como a sala Bugatti, onde se encontram inúmeros exemplares da marca italiana, dois bólides de Fórmula 1 de 1930 incluídos, e ainda miniaturas feitas por encomenda para filhos de magnatas que andam com motor próprio.
Com o passar dos anos o museu cresceu e tornou-se imperativo aumentá-lo. Para satisfazer essa necessidade, foi construída uma nova nave, mesmo em frente ao edifício, só para dar guarida aos popós. É lá que se encontram os pesos pesados da colecção como o Ferrari F-40, além dos míticos Lamborghinis, Bentleys e Rolls Royce. Com toda a justiça, até um 2 Cavalos da Citroën foi incluído.
O melhor é fazer uma visita guiada pelo conservador do museu e ouvir a história de cada carro. A mais insólita talvez seja a do Chrysler blindado que pertenceu a Salazar e que presos comunistas usaram na fuga da prisão de Caxias. Ironias.