A 15 quilómetros de Alcoutim, a Casa Grande de Alcaria Cova ocupa os edifícios de uma antiga exploração agrícola, estando inserida num pequeno aglomerado populacional rural. Dentro da propriedade, vai encontrar inúmeros recantos para usufruir do sossego e do ar puro que a serra algarvia oferece,
Acessos: Se vier do Sul: Pela A22 em direcção a Vila Real de Santo António, sair para VRSA/Beja/Castro Marim em direcção a Beja/Alcoutim pela IC27. Sair ao Km 27 em direcção do Pereiro (pela EN 124). Após passar a aldeia do Pereiro, 1 km depois encontrará o desvio para Alcaria Cova. Siga as setas que lhe indicarão como alcançar a Casa Grande de Alcaria Cova.Se vier do Norte: Tomar a estrada Mértola/Alcoutim, até chegar ao IC27 (1Km após a povoação de Santa Marta), passados 3km encontra a saída para Pereiro/Alcoutim. Seguir as indicações acima para chegar à Casa Grande de Alcaria Cova.Esta casa agrícola do século XIX que durante décadas acolheu os caminheiros do concelho transformou-se agora num turismo rural procurado por viajantes de toda a Europa. Situada num monte isolado com pouco mais de meia dúzia de habitantes, é o espelho fiel da serra algarvia: tranquila, genuína e ancestral.
Cada vez mais despovoada e esquecida, a serra algarvia já se habituou a ver partir as suas gentes. As casas, essas, ficam para trás, fechadas a sete chaves ou deixadas ao abandono. Os forasteiros não costumam passar por lá (e quanto muito, só o fazem de fugida, a caminho das praias do litoral) por isso são poucos os que acreditam no potencial turístico da região.
João Alves também foi obrigado a procurar sustento noutras paragens mas, ao contrário da maioria, nunca esqueceu a casa onde cresceu, no remoto Monte de Alcaria Cova de Baixo, concelho de Alcoutim. Assim, deitou mãos à obra e recuperou-a totalmente, tal qual se lembrava dela e com a preocupação de preservar a traça original.
Ali sempre se recebeu bem. Desde a altura em que as gentes das freguesias rurais tinham de fazer dezenas de quilómetros a pé para tratarem de algum assunto na sede de concelho. Quando começava a fazer-se tarde e ainda estavam longe do destino, bastava baterem à porta da Casa do Lavrador (como lhe chamavam na altura) para serem acolhidas. Lá, nunca faltou comida e roupa lavada à espera dos caminheiros e viajantes. Agora, muitas décadas depois, volta a acontecer o mesmo.
Conta-me como foi
Se Alcoutim já é um destino remoto para muitos, o Monte de Alcaria Cova de Baixo é-o muito mais. A partir da sede de concelho é preciso seguir em direção à aldeia de Pereiro (pela EN 124) e depois desta estar atento a uma placa que diz Casa de Campo. Aí, vira-se à esquerda e um par de quilómetros depois chega-se finalmente à Casa Grande.
O primeiro impacto é surpreendente. Seria difícil imaginar que naquele lugar ermo e quase abandonado se encontraria uma casa tão bem cuidada. Paredes imaculadamente brancas, debruadas com faixas amarelas, cinco colunas a sustentarem um alpendre de madeira e outras tantas chaminés algarvias servem de cartão-de-visita a este turismo rural.
À porta, de sorriso largo e braços abertos, já nos espera João Alves para fazer as honras à casa. O hall de entrada, transformado em receção lembra-nos o início do século passado, graças ao mobiliário antigo, fotografias a preto e branco, chão de laje e teto de canas típico do nordeste algarvio. E o mesmo acontece na sala de estar contígua, onde sobressaem uma convidativa lareira e vários objetos (agora decorativos mas que em tempos tiveram muita utilidade), como uma máquina de costura, peças de olaria, panelas de três pés e tachos de cobre.