Casa do Vale das Hortas

Em tempos um dos maiores centros de tecelagem do concelho de Alcoutim, a Casa do Vale das Hortas foi adaptada e recuperada para turismo rural, abrindo ao público em 2008. É composta por seis quartos, três salas comuns (uma delas com lareira e bar) e uma cozinha tradicional algarvia com açoteia (um terraço / telhado de influência muçulmana). O empreendimento oferece ainda uma piscina de água salgada e uma horta com produtos típicos.

Acessos: Estrada Nacional 122
Localização: Campo
Nº de camas: 7
Nº de quartos: 6
Observações: Outros contactos: 962 931 514 / 964 676 946 / 281547035
Período de funcionamento: Todo o ano
Preço Época Alta: 40.00
Preço Época Baixa: 40.00
Categoria: Turismo de Natureza Casa de Campo
Acessibilidade de deficientes motores: Acessibilidade fácil
Serviços / Equipamentos: Ar condicionado nos quartos, Bar, Jardim, Parque de estacionamento, Piscina exterior, Sala de estar comum, Sala de TV e/ou vídeo, TV nos quartos, TV Satélite/TV Cabo
Morada: Estrada Nacional 122 Vale das Hortas Balurcos de Baixo
Código Postal: 8970 ALCOUTIM
Tel: 281547035
E-mail: reservas@valedashortas.com
Site: www.valedashortas.com
Distrito: Faro
Concelho: Alcoutim
Freguesia: Alcoutim

Casa do Vale das Hortas – Alcoutim


Aqui cultiva-se sossego


Nelson Jerónimo Rodrigues

Refúgio (quase) secreto entre o rio e os montes, este turismo rural de natureza é um recanto imaculado que ajuda a mostrar o Algarve mais puro e tranquilo. E assim se regressa às origens, mas com todo o conforto, ambiente familiar e muita simpatia.

Se Alcoutim já é um sossego, agora imagine como será na pequena povoação de Balurcos de Baixo, a seis quilómetros da sede de concelho, onde pouco mais há que uma mão cheia de casas, alguns terrenos agrícolas e muitos campos floridos.

É aqui, entre hortas e pomares tipicamente algarvios, que encontramos esta unidade de turismo no espaço rural, inaugurado em 2008, mas que até hoje continua a ser um dos segredos mais bem guardados da região. Longe de tudo e de todos, tem como único luxo a paz e a tranquilidade que oferece, ideais para quem gosta de fugir ao bulício das grandes cidades. Como diz o proprietário, António Faustino, “aqui só se ouvem os passarinhos”. Bom… e talvez um galo madrugador que todos os dias faz questão de despertar os mais dorminhocos.

As boas vindas à casa também são dadas quase sempre por um dos cães da casa – o Tarzan –, que gosta de mostrar quem manda naquelas paragens. Mas não se preocupe, porque este é dos tais que ladra mas não morde e em menos de cinco minutos já lhe está a pedir uma festa. “São amigos” diz-lhe o dono sobre os visitantes, como se fosse uma senha infalível que desliga o “modo alerta” dos animais.

Pedra sobre pedra

O acesso à propriedade faz-se através de um portão sempre aberto que nos leva até ao pátio principal, revestido com pedras trazidas das proximidades da Barragem de Alcoutim. Ao centro, um canteiro com flores e girassóis empresta mais cor ao espaço e uma árvore centenária oferece um pouco de sombra, enquanto o baloiço pendurado no alpendre dá a entender que aqui as crianças são sempre bem-vindas.

A casa principal, também ela totalmente revestida a pedra, foi em tempos um dos mais importantes centros de tecelagem do concelho, mas dessa época já nada resta porque os atuais proprietários remodelaram o edifício dos pés à cabeça. Tudo em nome do conforto dos visitantes.

Já nas traseiras da moradia fica uma cozinha tradicional algarvia (onde os hóspedes podem fazer refeições) e aquela que é talvez a joia da coroa da propriedade: uma piscina de água salgada, que utiliza este mineral com alternativa (mais saudável e ecológica) ao cloro. É daqui que se avistam os melhores panoramas da horta e dos terrenos envolventes, tão verdejantes quanto floridos. Para este lado não há uma única construção e a paisagem faz-se apenas de sobreiros, alfarrobeiras, oliveiras e amendoeiras, que à época da nossa visita já estavam em flor, embelezando ainda mais o cenário.

Sabores da horta e descanso do céu

No interior, a Casa do Vale das Hortas é composta por seis quartos, alguns no piso térreo e outros num piso superior (estes com terraço), mas todos com casa de banho privativa, ar condicionado e televisão por cabo. A decoração prima pela sobriedade, embora releve aqui e ali alguns elementos campestres e mais típicos, como as camas de ferro ou os antigos lavatórios em loiça.

A sala comum principal é um dos espaços mais utilizados pelos hóspedes, desde logo porque é neste local que são servidos os pequenos-almoços, onde se destacam as compotas e os sumos feitos com os produtos da horta ali mesmo ao lado. A unidade não dispõe de restaurante, mas os grupos maiores podem encomendar uma refeição tradicional da região, como migas com entrecosto, açorda ou cabidela de galinha caseira.

A mesma sala dispõe também de uma agradável lareira, enquanto as paredes estão emolduradas com objetos antigos e quadros que retratam as paisagens da região. Junto ao bar fica também uma espécie de mini-museu com várias peças carregadas de história, casos de uma fiadeira em madeira, uma queijeira ou uma mó de pedra, todas elas utilizadas no início do século passado pela avó da proprietária da casa.

O rio (e até o mar) aqui tão perto

Embora este turismo rural esteja feito à medida de quem procura paz e descanso, a verdade é que aqui ninguém fica sem nada para fazer. Além dos mergulhos na piscina e dos passeios pela horta também é possível explorar os arredores de bicicleta, de burro ou mesmo a pé. É que bem próximo passa precisamente um dos percursos pedestres sinalizados do concelho, batizado com o nome Ladeiras do Pontal.

Com um grau de dificuldade média, percorre cerca de 14 quilómetros (pode-se fazer só uma parte) e tem como ponto alto a chegada ao Miradouro do Pontal, de onde se avista o grande rio do Sul: o Guadiana. Para quem prefere passear de carro, a vila de Alcoutim e a Barragem de Odeleite também ficam a poucos minutos de distância e até o litoral algarvio está a apenas meia hora de caminho pela “estrada nova”, o IC 17.

A Casa do Vale das Hortas é, por isso, o local certo para descobrirmos o mais puro dos algarves mas ao mesmo tempo permite dar um pulinho até às praias quentes do sotavento. E sempre com um preço bem acessível: 40 euros por quarto duplo em qualquer época do ano, pequeno-almoço incluído. Em tempos de crise não deixa de ser convidativo, quanto mais não seja porque a paz de alma é coisa que não tem preço.

2012-02-13
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