Em plena região do Douro, é uma casa brasonada do séc. XVII, repleta de história e tradição, integrada numa propriedade com cultura do vinho do Porto. Paisagens deslumbrantes e a prática de desportos náuticos são alguns dos principais atractivos desta unidade.
Acessos: Partindo do Porto, seguir pela A4 até Amarante e depois continuar em frente pelo IP4. Passar Vila Real e continuar até virar para Alijó. Passar a vila em direcção ao Pinhão e tomar atenção às placas que indicam Casal de Loivos.Ver o rio
Em frente a cada quarto encontra-se uma mesa com cadeiras sob o manto do jardim relvado. Tranquilamente, enquanto toma o seu pequeno-almoço, acomode-se bem na cadeira e feche os olhos. Depois, abra-os e contemple a vista, simplesmente magnífica. Posicionados a algumas centenas de metros de altura sob as águas do Douro, temos o privilégio de apreciar o doce serpentear do rio por entre encostas e montes, ora escondendo-se, ora mostrando-se como se quisesse enfeitiçar-nos com a sua beleza.
E no campo de visão, surgem as omnipresentes quintas do Vinho do Porto, que se estendem por infinitos hectares de terrenos muito íngremes, com as vinhas plantadas sempre em socalcos, como se fossem tranças de algum gigante adormecido que por momentos decidiu fazer uma sesta a beira rio e os homens lhe tivesse pregado uma partida. Mas é nos dias de tempestade, quando os relâmpagos fustigam o céu, que o rio nos revela a origem do seu nome. O espectáculo de luz é tão intenso e violento, que a água parece tingir-se de tons dourados. Daí a origem do nome Douro.
No socalco dois metros abaixo de nós encontra-se a piscina, para enfrentar o calor dos dias quentes, pois embora o rio esteja muito perto, desaconselha-se aventuras fluviais, pois a corrente puxa. Um pouco mais abaixo, pés de vinha ocupam o terreno que foge encosta abaixo. Como explica o proprietário Manuel Pimentel, talvez este ano tenham pela primeira vez vinho próprio, ainda que o nome esteja guardado no segredo dos deuses.
A casa
Sempre que chega mais um hóspede, é recebido à porta, por uma empregada trajada a preceito que leva as malas até ao quarto, com tanto ou mais afinco que qualquer bagageiro de hotel de luxo. Um detalhe de requinte que não passa despercebido a ninguém e por momentos faz-nos pensar que ainda há pessoas que não esqueceram a arte de bem servir. É que estes procedimentos têm um nome: protocolo. Esta é uma casa à antiga portuguesa, brasonada, repleta de lembranças, história e tradição. Talvez por esse motivo o proprietário Manuel Pimentel não hesite em agradar-nos. Mas é bom que não se habitue a detalhes como tomar o pequeno-almoço na cama, é que pode estranhar quando se for embora.
No total, são seis quartos duplos, todos com casa de banho e sem televisão, pois é de descanso que se trata. E ainda há mais, pois em Casal de Loivos, nem os casais mais apaixonados, aqueles que despendem fervorosamente muita energia nocturna, foram esquecidos. Para eles há a suite, que alguns hóspedes ingleses baptizaram carinhosamente de honeymoon room. Se calhar é porque Loivos quer dizer noivos. Integrada noutra casa toda em xisto contígua à casa principal, tem alguma aura romântica com as eras a pregadas às paredes, para além de estar isolada, claro. E o melhor é que o preço é precisamente igual ao dos restantes quartos.
Lembranças da terra
Para levar alguma lembrança, visite a loja de artesanato dentro da casa, onde pode comprar peças como pequenas esculturas de barro preto, mantas de Mirandela, bengalas da região ou postais para os seus amigos.
Se conseguir persuadir o proprietário a mostrar-lhe os aposentos privados da casa, o que é difícil pois todos somos ciosos da nossa privacidade, irá surpreender-se. Há todo um espólio cultural que testemunha um passado rico, onde se encontram pistolas das invasões francesas e não só. Também há quadros dos antepassados do proprietário, ilustres personalidades, como um Par do Reino (cargo equivalente a deputado durante a monarquia) ou até um Vice-Rei da Índia que precedeu a Afonso de Albuquerque.