Casas rústicas de granito rodeadas por um jardim com um vasto relvado, proporcionando um ambiente agradável e repousante. A sua proximidade ao rio Paiva e às serras de Montemuro e Gralheira, permite a prática de várias actividades tais como, desportos náuticos, passeios a cavalo ou todo-o-terreno ou passeios pedestres para manter contacto com a natureza.
Acessos: Pelo IP 5 e pela Estrada Nacional 2.Na aldeia de Fareja, a dois quilómetros de Castro Daire, há um agro-turismo simpático, rústico e original. A Casa de Campo das Bizarras, lugar onde o hóspede se sente bem à vontade. E a grande responsável pelo bom ambiente é a proprietária, Marina Moutinho. Paternalista, passe a aparente contradição, e afectuosa, trata os hóspedes com carinho e tem o dom da palavra.
O estranho caso do Bizarro
Em dez minutos, quem chega fica a saber o porquê do nome Bizarras. Ao contrário do que se possa imaginar, não há nenhum gosto especial pelo Bizarro, como há dois anos perguntou um cliente francês, por sinal sádico. A origem do nome remonta ao apelido Bizarro, a família que habitou a casa há mais de um século, da qual descenderam apenas quatro irmãos.
Dois deles foram ordenados Padres, e as duas irmãs que continuaram a viver na casa nunca chegaram a casar-se. E foi precisamente por causa delas que o povo de Fareja apelidou esta casa como a das Bizarras. Sem descendência, o imóvel foi adquirido pelo avô da actual proprietária, abastado industrial da região, que a cedeu a mais um caseiro para que trabalhasse num campo de milho. Na época a casa não tinha nem um quinto da área que hoje possui, e na sala de estar da casa principal ainda se percebe no chão da lareira que ali existiu uma minúscula cozinha.
E agora venham os viajantes
Passaram-se anos e a visão empresarial de Marina Moutinho levou-a a adquirir uma série de casas à volta e a agrupá-las todas de modo a construir um grande agro turismo. No total, 4 apartamentos 2 quartos duplos, todos com casa de banho, que dão para receber até 20 pessoas de uma vez. Em óptimas condições. O aumento da Casa Campo das Bizarras passou pela reconversão das lojas em quartos e apartamentos. Em algumas aldeias beirãs chama-se loja à adega ou ao estábulo. Assim, a loja do porco e a loja do vinho, acabaram reconvertidas em mais quartos.
Nestes pequenos mas pitorescos apartamentos há detalhes tão incríveis como a raíz da videira que sai do chão de um, atravessa o teto até ao primeiro andar e volta a perfurar a parede da rua. E por incrível que pareça, dá uvas. Marina Moutinho explica que “não queria arrancar a videira, por isso encontrei esta solução”. A videira agradece, e quem vem também. As casas, típicas da região, foram construídas a partir de enormes blocos de granito que conferem um ar sólido e aconchegante, principalmente nos dias frios. Até porque em todas as salas há sempre lareira ou salamandras, ainda que nos quartos se encontrem modernos aquecedores. Sinais do progresso.
Os olhos também dormem
Grosso modo, os móveis – camas e roupeiros - são de madeira escura, mas não é difícil encontrar relíquias como livros seculares, portas centenares que estavam numa casa e passaram para outra ou mobiliários art noveau nas casas de banho dos apartamentos, que Marina trouxe de uma das quintas do avô. Na casa principal, para além da original biblioteca, há a cozinha onde se faz o pequeno almoço. Mas o melhor é à noite, quando se acende a enorme lareira que faz de fogão, não para assar frangos, mas para se aproveitar o calor, enquanto se degusta uma bebida atestada no bar que está mesmo em frente. É que à noite o frio não é para brincadeiras. Depois, para aqueles que gostam de prolongar o convívio, há mesa de bilhar numa sala isolada, onde se pode fazer barulho e estar mais à vontade.