A Tapada da Ajuda com uma área de cerca de 100 hectares ganhou fama com as caçadas aos coelhos efectuada pela família real, ganhando importância quando D. José I mudou a residência real para a Ajuda. No entanto, este espaço verde lisboeta surgiu aquando do começo da Dinastia de Bragança, em 1645 e nessa altura era conhecido como Tapada de Alcântara. Esta Tapada possui um património vegetal muito precioso, gerido pelo Instituto Superior de Agronomia. Para aproveitar as suas terras foram efectuadas diversas plantações: searas, olivais, vinhas, pomares e hortas, aumentando a área cultivada com a extinção da caça, em 1841. Em 1861 foi instalado o Observatório Astronómico da Ajuda, por determinação de D. Pedro V que o inaugurou, aumentando a importância da Tapada. Em 1884, realizou-se, pela terceira vez, a Exposição Agrícola Nacional, que levou a que D. Luís mandasse ali construir, em 1881, O Pavilhão de Exposições, da autoria de Pedro de Ávila, efectuando-se então novas plantações: pinheiros, eucaliptos e pomares. Em 1917 foi ali instalado o Instituto Superior de Agronomia, que desenvolveu à sua volta vários núcleos vegetais para estudo, assim como se instalaram a estação de Cultura Mecânica e o Posto Central de Apícola. (Imóvel de Interesse Público)
Dia(s) de Encerramento: Não encerraPulmão verde de Lisboa
Nestas datas em que o sol fustiga, apetece o fresco. Com uma localização privilegiada e bons atributos, a Tapada da Ajuda desvenda cenários feitos de verde e de muito silêncio. Os visitantes desta antiga Tapada Real sabem bem que já não há javalis nem outros animais de grande porte para caçar, mas ainda cá vivem garranos (cavalos), lebres, cobras (inofensivas) e lagartos. E na secção das orquestras e sinfonias, a passarada estridente.
O encantamento da observação da Natureza também se prolonga pelos vestígios deixados por animais como os esquilos, cuja presença se deixa adivinhar pelas pinhas roídas. O Parque Florestal de Monsanto está pegado à Tapada o que, entre outros factores, explica a diversidade da fauna.
A casa é grande. Em plena cidade de Lisboa, são cerca de 100 hectares de terreno que, nem por sombras, vão ser percorridos na totalidade pelas nossas pernas, mas cuja amostra, uma manhã ou uma tarde ou ainda um dia inteiro de passeio, já faz algum desgaste na sola.
A caminhada não é difícil e ainda para mais adapta-se ao ritmo dos participantes, porém, nada de menosprezá-la. Convém ir prevenido a nível de roupa e calçado adequado e... fôlego. Não faça como nós que nos esquecemos de água e aqui o único restaurante existente fica já quase no final do percurso.
Um passeio a pé ou de bicicleta combina na perfeição com a descoberta da Tapada. A querer-se a visita guiada, o que é por demais aconselhável, deve reunir-se um grupo de mais 14 amigos ou ficar em lista de espera para que a organização consiga mais gente nas mesmas condições.
São três os percursos (ver Informações Úteis) que se podem fazer nesta mata e terreno murado, onde se chegou a criar gado, se caçou a aproveitou outros recursos. Esta é aliás, a definição de tapada.
Optámos pelo Percurso da Tapada onde predominam os aspectos históricos e arquitectónicos, havendo por isso, um especial interesse nos edifícios mas onde os espaços verdes estão sempre presentes.
Suar a camisola
Mal chegados à Rua Jau, são as vinhas, únicas em Lisboa, e os pomares que nos saltam à vista. No cimo, em jeito de pedestal, o monumental edifício do Instituto Superior de Agronomia (ISA), projectado por Adães Bermudes e construído no início do século XX. A semelhança com edifícios religiosos como mosteiros é por demais evidente a quem se passeia pelo claustro. Daqui se dá a partida.