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Restaurante Sem Espinhas Guadiana

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Situado na frente ribeirinha de Vila Real de Santo António, num antigo solar pombalino, abriu as portas em Maio de 2011, sendo o primeiro restaurante citadino do grupo Sem Espinhas. Oferece uma gastronomia de fusão com base regional mas junta-lhe alguma modernidade e irreverência. Decoração cuidada e contemporânea, ambiente eclético e descontraído.

Acessos: Na frente ribeirinha da cidade
Acessos para deficientes: Sim
Ambiente e decoração: Decoração contemporânea e sofisticada,. Alguns elementos são relacionados com o Marquês de Pombal.
Animação: Música ao vivo no Verão
Bar/Sala de espera: Bar e Sala de Espera
Dia(s) de Encerramento: Não encerra
Especialidades: Tentáculos de polvo com puré de batata doce, lombinhos de veado, Bacalhau à algarvia, arroz de lingeuirão, barriga de atum braseada.
Estacionamento: Não
História: Aberto de Maio de 2011 é o primeiro restaurante citadino do grupo Sem Espinhas.
Horário de Encerramento: 23:00
Lotação: 120
Necessidade de reserva: Aconselhável
Preço Médio: 30.00
Recomendado para grupos: Sim
Sanitários para Deficientes: Sim
Tipo de Restaurante: Contemporânea, Fusão, Peixe e Marisco, Regional
Horário de Funcionamento: Das 11:00 às 23:00
Acessibilidade de deficientes motores: Acessibilidade fácil
Área para fumadores: Zona Fumadores + Zona Não Fumadores
Morada: Avenida da República 51
Código Postal: 8900 201 VILA REAL SANTO ANTÓNIO
Tel: 281544605
E-mail: geral@semespinhas.net
Site: www.semespinhas.net
Distrito: Faro
Concelho: Vila Real de Santo António
Freguesia: Vila Real de Santo António

Restaurante Sem Espinhas Guadiana – Vila Real de Stº António


Digno de um marquês


Nelson Jerónimo Rodrigues

Quase 40 anos depois da abertura de uma barraquinha na Praia do Cabeço, o Sem Espinhas chega agora a Vila Real de Santo António onde lançou o primeiro restaurante citadino da marca. Situado num edifício de traça pombalina mas com decoração contemporânea, mantém a qualidade que trouxe fama ao grupo e acrescentou-lhe uns pozinhos de glamour e sofisticação.

Mais depressa se constrói uma vila do que se abre um restaurante. Enquanto o Marquês de Pombal erigiu o actual centro histórico de Vila Real de Santo António em apenas cinco meses, Frederico Folque, o proprietário do grupo Sem Espinhas precisou do dobro do tempo para maturar a ideia e recuperar o edifício setecentista que agora serve de morada ao Sem Espinhas Guadiana. Mas valeu a pena!

Embora situado no mesmo espaço do um antigo restaurante (Solar do Guadiana), a casa reabriu em Maio de 2011 totalmente irreconhecível e com um conceito bastante diferente dos outros três estabelecimentos da marca - Sem Espinhas Praia do Cabeço, Manta Rota e Natura –, todos situados em pleno areal.

Em vez do mar é agora o rio que serve de companhia, mas o que se perde em paisagem e descontracção acaba por ser compensando com o charme próprio da frente ribeirinha da cidade. E ao simbolismo histórico do local juntam-se ainda uma carta mais completa e uma decoração sofisticada que fazem jus ao estatuto de primeiro restaurante citadino do grupo.

O marquês sempre à espreita

O espaço do Sem Espinhas Guadiana divide-se numa mão cheia de salas, com decorações e ambientes distintos, embora complementares. O passado pombalino do edifício serve de elemento unificador e revela-se logo nas duas primeiras divisões, onde sobressai a típica gaiola das paredes (construção anti-sísmica em forma de cruz) e um texto antigo (impresso em acrílico) onde se louva o “zelo” do Marquês de Pombal na protecção de Vila Real de Santo António.

O governante surge também representado no painel de azulejos que domina a sala seguinte, intencionalmente desalinhado, como forma de simbolizar o terramoto de 1755 que determinou a criação da localidade. São também desta época as muitas arcadas em tijoleira pombalina que encontramos por toda a casa, sobretudo na zona do bar e no pátio andaluz destinado às brincadeiras dos mais novos.

O espaço mais impressivo do restaurante é, no entanto, a chamada Sala Glamour (o título assenta-lhe que nem uma luva), iluminada em tons quentes por dois grandes candelabros suspensos no tecto e decorada com extremo bom gosto. Talvez seja pelo papel de parede vintage, pelas estátuas orientais ou mesmo pelo quadro (com a imagem de uma mulher serena) que domina uma parede, mas a verdade é que aqui o ambiente torna-se ainda mais elegante e acolhedor.

O novo (e o velho) Algarve à mesa

“Comida que sabe bem inspirada no melhor da nossa cozinha” é o lema deste restaurante, onde o chefe Raul Gomes promete uma gastronomia de fusão com base regional mas também irreverente e experimentalista q.b. E aqui estamos nós à vontade, porque os outros três Sem Espinhas já provaram que o conseguem fazer com arte e mestria suficientes.

Embora extensa e variada, a ementa não esconde a inspiração marítima e ribeirinha da casa, bem como a preocupação em dar a conhecer os melhores produtos locais. A começar pela entradas, onde se destacam as Conquilhas da baía de Monte Gordo, a Sardinha alimada com batata-doce ou o Tártaro de atum em trilogia. 

Para prato principal também não faltam os peixes e mariscos - seja num Filete de linguado au meunière recheado com gambas da costa ou na Barriga de atum braseada –, bem como os sabores do fiel amigo, superiormente executados no Bacalhau à algarvia que pedimos.


Entre pratos “Cá da gente”, como refere a ementa, também não podiam faltar os clássicos arrozes (de marisco ou lingueirão), as cataplanas, as massadas e as açordas, enquanto para quem não dispensa a carne há sempre uma inventiva Sela de borrego com amêndoas e basílico que junta migas de tomate aos sabores dos frutos do Algarve. 

Se ainda sobrar um cantinho no estômago não deixe de provar o Cheesecake com frutos do bosque, o Semi-frio de frutos exóticos ou o Fondant de chocolate e gengibre, mas aqui é preciso algo mais que um cantinho porque esta sobremesa é deveras substancial.

Por fim, nota máxima também para a carta de vinhos ou não fosse a garrafeira do Sem Espinhas uma das mais completas da região, ostentando cerca de 250 rótulos. Os néctares são provenientes de todas as regiões nacionais mas também dos quatro cantos do mundo, desde a vizinha Espanha e da inesperada Áustria às longínquas Argentina, Austrália e Nova Zelândia.

Já o Japão inspirou aquela que deverá ser próxima aposta deste restaurante: um sushi-bar (ainda sem data de abertura prevista) que promete agitar as águas do conservador universo de restauração da cidade. Sem espinhas, pois claro. 

2011-12-21
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