Inaugurado em março de 2016, o restaurante Acácias é um projeto de gastronomia portuguesa num espaço acolhedor, perto da estação de Sete Rios (no lugar da antiga pizzaria Casa Mia). A aposta faz-se numa cozinha simples, baseada em ingredientes nacionais e naturais, confecionados de forma apurada em pratos e petiscos para conviver à volta da mesa.
Dia(s) de Encerramento: DomingosPetiscos e pratos tradicionais num cantinho português
Tal como as árvores que inspiraram o nome do Acácias, também a cozinha tradicional portuguesa tem raízes fortes e pode ser frondosa e colorida. Foi isso que descobrimos (e provámos) nesta casa próxima da estação de Sete Rios. Uma paragem segura para quem gosta de pitéus à moda antiga, como cozido à portuguesa ou galinha de cabidela, servidos num espaço acolhedor e com um toque de elegância.
Quem costuma passar pela Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, junto ao hotel Corinthia Lisboa, não deixa de reparar que há qualquer coisa de diferente no nº 101. Em vez da pizzaria Casa Mia, que ali esteve durante longos anos, existe agora um novo restaurante, aberto em março de 2016 por um antigo cliente, Rui Rodrigues. Este fez questão de manter os empregados e parte da carta de vinhos (duas das coisas que mais gostava no antigo espaço) mas decidiu mudar o conceito por completo e chamou-lhe Acácias, nome inspirado nestas árvores de raízes fortes, tal como a família e… a gastronomia portuguesa.
A maioria dos moradores e trabalhadores das redondezas não resiste a espreitar lá para dentro e nós também não. De imediato um simpático empregado convida-nos a conhecer o espaço que, por dentro, está totalmente diferente do antecessor. Logo à entrada, salta à vista uma fotografia a preto e branco, com varinas da Nazaré a trazer o peixe da praia e, atrás desta, outra com a Torre de Belém. Os mesmos tons têm o chão, em calçada portuguesa, e o mobiliário e atoalhados. O principal toque de cor é oferecido por uma terceira fotografia que enche a parede do fundo, evidenciando as folhas vermelhas de uma bela acácia. Depois de seduzido o olhar, é tempo de por à prova o palato.
Aquele gostinho caseiro e português
Se a decoração evoca a portucalidade aqui e ali, a ementa faz-lhe uma homenagem de uma ponta à outra. Este apego aos sabores tradicionais revela-se logo nas entradas, onde tanto encontramos rissóis e pasteis de bacalhau, como enchidos e queijos regionais, já para não falar do pão cozido a forno de lenha ou do paté de atum com camarão. Entre os peixes, alguns deles orgulhosamente exibidos numa montra ao centro da sala, destaca-se a cataplana de garoupa, o polvo à Lagareiro e o bacalhau com migas de milho, deitado sobre uma cama de grelos. Já nas carnes, vale a pena experimentar, por exemplo, o fillet mignon no espeto com bacon e molho tártaro e o bife do lombo Acácias, com molho à portuguesa.
Além destes e de outros pratos fixos, a carta de almoço também conta sempre com duas sugestões que variam consoante o dia da semana. À terça feira, por exemplo, há feijoada à transmontada, enquanto à quarta é a vez do cozido à portuguesa e à sexta da galinha à cabidela. Pitéus que já começaram a atrair muitos clientes, não só pela mestria do chefe – o alentejano Inácio Lança – mas também pelo preço em conta: 9,90€ (prato, bebida e café incluídos). Se passar por lá ao sábado, terá arroz de marisco à disposição (nós já o provámos… e aprovámos) mas nesse caso o preço sobe para os 19,50€ (duas pessoas).
Quem procura algo mais leve também tem algumas saladas, como a de lagosta ou a Acácias (com alface, frango, alcachofra, maçã e vários frutos tropicais) enquanto os adeptos dos petiscos podem contar com pratinhos de moelas estufadas, ameijoas à Bolhão Pato ou favas com enchidos e coentros. Tudo disponível a qualquer hora, desde o meio dia até à meia noite (inclusive em versão take-away) e com a garantia de que a maioria dos produtos são comprados a pequenos produtores nacionais.
Nas sobremesas, todas caseiras, o difícil será escolher entre a sericaia com ameixa d`Elvas, a delícia de chocolate ou o pudim de ovos. Já a carta de vinhos conta com mais de 50 referências, sobretudo nacionais, com prevalência para os néctares do Douro, do Dão e do Alentejo. No copo ou no prato, Portugal faz-se representar (e bem) neste restaurante. E assim, numa pequena sala com pouco mais de 50 lugares cabe o país inteiro.