O ambiente familiar e a decoração cuidada desta quinta inaugurada em 2003, situada a 3 Km da Horta, convidam à descontracção e fazem desta um excelente ponto de partida para conhecer a Ilha do Faial.
Estilo: Special PlacesNo caminho que liga a cidade da Horta à Caldeira encontra-se a povoação de Flamengos, cujo nome presta homenagem aos povoadores da ilha oriundos da Flandres. O casario espraia-se ao longo de um vale, a ribeira desliza por entre a vegetação abundante, as hortênsias distribuem apontamentos de cor um pouco por toda a parte.
A casa do doutor
Apanhamos um táxi no aeroporto da Horta e pedimos ao motorista que nos leve à Quinta do Vale. Depois de uma pausa de alguns segundos, pergunta-nos o que é isso exactamente. Respondemos que é uma casa de turismo rural. À falta de reacção, acrescentamos que fica em Flamengos. “Ah! É a casa do doutor!”
Não sabemos se é ou não a casa do doutor, mas também não temos tempo de questionar, pois num ápice o carro faz-se ao caminho, enquanto vamos recebendo algumas sugestões de visita na ilha.
Quando parámos à porta da “casa do doutor”, pudemos ver a placa identificativa da Quinta do Vale. Confere, portanto. Entrámos pelo portão principal e, depois de tocarmos à campainha durante alguns minutos, resolvemos contornar a casa em busca de outra forma de anunciarmos a nossa chegada. É então que encontramos a família proprietária, pais e filha, embrenhada na limpeza e arrumação da garagem que, como nas casas de tantas outras famílias, serve mais precisamente de arrecadação.
Amor à primeira vista
Prontamente somos conduzidos ao interior da casa, para nos instalarmos no quarto “S. Jorge”, um dos oito quartos da casa principal, todos eles baptizados com nomes de ilhas do arquipélago. O nome Faial ficou reservado à sala de estar. De caminho, contamos a história do taxista que nos trouxe até ali, e ficamos a perceber o porquê da designação que o mesmo atribuiu à casa.
Acontece que a Quinta do Vale é propriedade de um casal de médicos oriundos de Coimbra, que se apaixonaram perdidamente pela ilha e nem pensaram duas vezes ao receberem convites para virem para cá trabalhar. Adquiriram uma casa antiga, na perspectiva de virem, mais tarde, a remodelá-la e a dar-lhe outra utilidade para além da habitação própria, mas o terramoto de 1998 acelerou os planos. Já que havia que reconstruir, decidiram recorrer aos préstimos de um arquitecto e criar um edifício pensado em termos modernos, mas com todo o respeito pela tradição local, que contemplasse uma casa para a família e outra, contígua, para hóspedes. O resultado é brilhante.