Escola Rui Meira foi criada no inicio dos anos 80 e tem vindo a desenvolver métodos inovadores no ensino de desportos radicais tanto a nível individual como grupos. Criada por Rui Meira (pai) e continuada por Rui Pedro Meira, esta escola conta com a experiência de atletas profissionais em windsurf e kitesurf.
Os franceses chamam-lhe flysurf, os americanos kitesurf. Ambos dizem ser os pioneiros desta modalidade que na prática significa ser puxado por um parapente na água e com uma prancha de surf agarrada aos pés. O resultado final são enormes saltos e alguns voos inesperados. Em Portugal existe desde 1999 e são já algumas as escolas que se dedicam a ensinar qualquer um a praticar o kitesurf. É o caso da escola de windsurf da Lagoa de Albufeira em Sesimbra. Uma zona de lagoa e praia, ideal, portanto, para a prática deste tipo de desportos. O melhor é mesmo começar-se pela lagoa que tem menos ondas. E não se corre o risco de ir parar muito longe. Mesmo assim não se julgue que é chegar, ver e voar. É necessário ter força de vontade, algumas horas de ensino e muita paciência.
Para além disso, claro, o vento tem que ajudar. Não pode soprar com muita força, nem muito devagar. Condicionantes que podem conduzir a horas de espera até que se consiga levantar o kite. Mesmo assim não desespere. Vai ver que vale a pena.
A adrenalina começa logo no início do curso. Com o material todo preparado, é altura de entrar numa canoa e remar para um local mais isolado. Isto porque não convém praticar esta modalidade numa zona com pessoas. Uma forma de evitar alguns acidentes desagradáveis.
Levantar o kite
As primeiras horas de aprendizagem são passadas na areia. É aí que Rui Meira, o professor da escola, ensina a dar os primeiros passos no flysurf.
Aprende-se a inflar e a controlar o kite a cerca de 30 metros de altura, primeiro sem a prancha, depois com a prancha presa nos pés através de uns fixadores. Uma tarefa complicada de realizar, já que é necessário ter alguma força nos braços e nas pernas para o conseguir fazer. O melhor é estar em forma. O que não garante, no entanto, que à primeira rajada de vento não se voe alguns metros sem se estar à espera. É normal e é nessa altura que se percebe que afinal não é tão fácil como parecia.
Só depois disso, isto é, no dia seguinte, é que se pode pensar em entrar na água. Sempre com o professor ao lado, claro.
E então, aí se começa a sentir o que é realmente o flysurf. Lentamente, a prancha vai deslizando na água, ao mesmo tempo que se colocam em prática os conhecimentos do dia anterior, importantes para retardar as habituais e indispensáveis quedas. Preocupantes, somente, se estiver longe da costa, já que ao longo do kite existe uma espécie de bóia que evita que se vá ao fundo. Depois é praticar. Praticar muito até se conseguir fazer sozinho, sem a ajuda do professor. E já agora conseguir imitar os profissionais da modalidade. Pois, claro.
Apesar de tudo…
O curso de kitesurf demora em média seis horas. Depende do jeito e vontade de cada um. Custa cerca de vinte mil escudos. Mas também não é todos os dias que se aprende a voar sozinho sobre o mar.