Situado no Centro histórico de Sintra e incluído na área considerada pela UNESCO como Património Mundial, é também conhecido como Palácio da Vila. De planta complexa e irregular, este palácio é o único sobrevivente dos grandes Paços Reais da Idade Média. Foi muito provavelmente edificado nos caboucos da residência dos "Wallis" muçulmanos e a sua construção deve-se a D. Dinis, D. João I e a D. Manuel I cujas as obras que lhe deram o seu aspecto actual. O Paço de Sintra revela o mais ambicioso projecto de arte mudéjar em Portugal. Este palácio foi sempre muito utilizado pelos monarcas medievos, em alturas de peste, para passar os meses de Verão ou para dar suporte à caça. As suas principais salas são: Sala dos Archeiros; Sala dos Cisnes, Quarto de Hóspedes, Sala Árabe; Sala Chinesa; Quarto de Afonso VI; Sala das Armas ou dos Brasões; Sala das Pegas e a Capela. Na Sala dos Cisnes há que destacar o tecto onde estão pintados cisnes e os azulejos verdes e brancos em xadrez e o facto desta sala ainda ser utilizada para banquetes oficiais do Primeiro-Ministro. Na sala Árabe pode-se encontrar azulejos de aresta e de "corda-seca" do começo século XVI. No quarto onde D. Afonso VI esteve preso durante 9 anos pode-se ver o pavimento cerâmico original do século XV. A sala dos Brasões é provavelmente a sala heráldica mais importante da Europa, pois possui todos os brasões das famílias nobres do reinado de D. Manuel I. Na sala das Pegas encontramos várias pegas pintadas no tecto a dizerem "Por Bem" que provavelmente se referem às senhoras da corte. Na Capela Palatina podemos observar azulejos alicatados, o fantástico tecto feito em técnica de alfarge e frescos do século XV que mostram pombas. Um Ex-libris deste Paço é sem dúvida a sua Cozinha, com enormes chaminés cónicas (33 metros de altura), fornos e toda a equipagem de cozinha. Po fim, não pode-se mencionar este monumento sem se falar nos seus azulejos cuja origem remonta ao período desde do século XIV até ao século XVIII. (Monumento Nacional)
Dia(s) de Encerramento: 25 de dezembro e 1 de janeiro.Se estiver em Sintra, fique o leitor sabendo que não tem desculpa alguma para não visitar pelo menos uma vez na vida o Paço da Vila e o Palácio da Pena. Conjuntamente com a Natureza exuberante da vila, estes dois colossos levaram a UNESCO a criar especialmente para o efeito uma nova categoria que congregasse as que estavam em vigor até então. Paisagem Cultural soa a coisa importante...
Cá em baixo, o Paço
Sobrevivente único dos Palácios Reais da Idade Média entre nós, foi construído para residência dos alcaides mouros até D. Afonso Henriques ter conquistado Lisboa. Sintra rende-se e o Paço passa das mãos dos infiéis directamente para a coroa portuguesa por mais de oito centúrias até à implantação da República.
Vida boa a dos nossos nobres que passavam longas temporadas em Sintra fugidos da peste e das elevadas temperaturas que assolavam Lisboa. Disto e do prazer da caça soube-o através do guia que comprei na loja do palácio que visitas guiadas não as há. Vá prevenido.
Os grandes banquetes resultantes das caçadas são talvez os responsáveis pelo tamanho anormal das duas chaminés cónicas góticas que se alçam a 33 metros de altura. Foram mandadas construir por D. Duarte longe dos restantes aposentos para evitar perigo de incêndio.
Na cozinha se preparava o que as salas haviam de servir. E cada uma mais requintada (conceito relativo à altura) que a outra. A Sala dos Cisnes é a maior de todo o edifício. Porém, digna do espanto de qualquer viajante que conheça mundo é a dos Brasões. O tecto de talha dourada apresenta no topo as armas régias ladeadas por brasões de mais de setenta famílias nobres portuguesas. Diz a lenda que este espaço era miradouro privilegiado para o oceano, onde navegavam os barcos portugueses carregados de ouro do Brasil e outros produtos de África. Dessa riqueza falam estas paredes.
D. João I, o rei de Boa Memória, também deixou legado. Faz sensação ao visitante a Sala das Pegas pintada exclusivamente com este pássaro. Uma alegoria às damas da corte dadas às conversas. Já agora fique também com a informação de que o percurso por este palácio é totalmente sinuoso, consequência dos acrescentos efectuados em diferentes reinados.
D. Manuel I, homem de gosto apurado, determinou o embelezamento do palácio. Janelas, fachada e muitos dos azulejos mouriscos são da sua responsabilidade. Expoente desta arte é a capela com o tecto de influência islâmica, os frescos que têm por tema as pombas e no chão perdura o tapete de cerâmica alicatada, com peças de diferentes formas geométricas e de diferentes cores. Uma mistura estranha mas de elevado valor artístico.