O Gulli abriu no Mercado de Cascais em 2015. Oferece paladares italianos e mediterrânicos.
Bar/Sala de espera: Bar e Sala de Espera“O Homem sonha, a obra nasce” – eis a expressão que serve como uma luva ao restaurante Vin Rouge. O projecto de um jovem casal empreendedor, capaz de fazer comensais exigentes optarem por um desvio até à Amoreira, um bairro pouco provável para quem passeia para os lados de Cascais.
Mas quem é que não gosta de começar uma boa conversa com: “Sei de um restaurante que é um achado...”? Ou um simples segredar de ouvido: “Hoje vamos fazer um desvio...”
Quem tem boca...
Assim à primeira vista ocorre dizer que quem corre por gosto não cansa. E isto é valido tanto para os mentores do projecto Vin Rouge - o atencioso chefe João Antunes e para a sua simpática mulher Rita - como para os apreciadores da cozinha de autor.
Chegar lá não é fácil, mas também não é impossível, ora vide o mapa ou espreite as nossas indicações nos acessos. Lá chegando, a conversa muda de tom, para rouge… A fachada, não fosse a barra cor de vinho a denunciar, não é indicadora do restaurante que nos aguarda. Mas é nos sítios mais improváveis que se troca a clientela fácil pela fiel.
Venite ad me
«Venite ad me omnes qui stomacho laboratis et ego restaurabo vos...» («Vinde a mim todos cujo estômago está a trabalhar e eu os restaurarei»), é a máxima que nos dá as boas-vindas. Terá sido proferida pelo parisiense Boulanger, em 1765, à entrada daquele que viria a ser o primeiro restaurante da História, na actual acepção da palavra.
Apesar de não ter sido reconhecido como tal (e até ter gerado polémica com os estalajadeiros e taberneiros da altura), esta simples frase criou o conceito de “restaurant”: um local onde se recebe gente e fornece comida. Escolhe-se o desejado, com privacidade, e acima de tudo, sai-se fortificado. O mote está dado. Entremos, então.
Uma sala disposta ao comprido - aconchegada por paredes cor de vinho, numa decoração simples mas cuidada - dá as boas-vindas. Ao fundo um pequeno bar serve de apoio à cozinha e expõe algumas garrafas, sugeridas pelo chefe.
La vie en rouge
Rita e João conheceram-se na Escola de Hotelaria em Lisboa onde tiraram o curso. Ela trabalhou no Cozinha Velha do Palácio Nacional de Queluz e no Valle Flor do Pestana Palace Hotel, duas grandes escolas que completaram em eficiência e competência as qualificações adquiridas.
Ele começou no Ritz com o reconhecido chefe de cozinha Helmut Ziebell, depois passou pela cozinha do Hotel Fortaleza do Guincho, galardoado com uma estrela Michelin, os Óscares da cozinha europeia.