No sopé da Serra de Aire, o Funpark é um espaço único que oferece um leque de actividades em que se conjuga a emoção da velocidade através dos karts e as mais diversas actividades ao ar livre como escalada, slide, rappel e paintball. A pista de kart tem um perímetro de 1180 metros e uma largura de 10.
Parece um autódromo em miniatura, mas adiante se verá que é muito mais que isso. Comissários de prova a correr de um lado para outro com bandeiras na mão, pilotos de fato e capacete que se aventuram a entrar nos karts. E antes da corrida começar, o director de prova dá um breve briefing aos corajosos Fitipaldis, explicando normas de segurança e dando dicas sobre os melhores pontos de ultrapassagem. Os primeiros carros entram na pista para os treinos cronometrados. Na torre de controlo, os computadores contabilizam os milésimos de segundo e formam a grelhas de partida. Depois, lá em baixo na pista, o comissário organiza a grelha, as luzes vermelhas apagam-se e parte-se. A largada é sempre mais complicada, mas os 10 metros de largura da pista acabam por ser suficientes para dar passagem a toda a gente. Ao todo são 20 bólides a acelerar a fundo. A pista conta com algumas variantes de circuito, mas porque recebe uma prova do nacional de Karts, e como tal, algumas curvas foram cortadas, tornando a pista mais rápida ainda nos idas em que não se está a fazer competição a sério. O asfalto é de óptima qualidade e está sempre limpo, porque a relva à volta da pista não deixa que o pó se acumule à saída das curvas. Os karts de 270cc andam a valer.
Slide
Nos fins-de-semana mais concorridos, as pessoas chegam a estar quarenta minutos à espera de vez para fazer slide. Cá de baixo, junto ao pilar de cimento que suporta a estrutura da torre, a ansiedade cresce à medida que se ouvem os gritos de emoção dos primeiros aventureiros que se lançam no espaço, a deslizar no cabo.
Lentamente, a fila vai avançando e à medida que subimos os degraus de alumínio e a terra cá em baixo vai ficando mais pequena. Vista do solo, a torre nem parece muito alta, mas trinta e cinco metros de altura metem respeito. Lá em cima começam as primeiras dúvidas. Devemos arriscar ou não. Adrenalina? Talvez, mas felizmente os instrutores inspiram confiança e são simpáticos. Pacientemente lá vão explicando que não é preciso ter medo, enquanto nos encaixam um cinto almofadado nas coxas que se prende à roldana que desliza no cabo.
Abre-se a porta de segurança e lançamo-nos no espaço a uma velocidade enorme, com o vento a fustigar-nos a cara. O cabo de aço por onde se desliza não vibra nem cede, está tão tenso que mais parece um autêntico carril de comboio.
Lá em baixo, os karts vão passando na pista indiferentes à nossa agonia. Tudo se passa vertiginosamente depressa, tão depressa que nos assustamos ao ver que o cabo está prestes a acabar e parece que não desaceleramos. Subitamente, somos travados por uma espécie de nós no cabo, enquanto um instrutor nos ajuda a desapertar o cinto. Afinal a engenharia funciona bem.
Escalada
Se preferir mais esforço e menos emoção pode experimentar a escalada. De novo 35 metros, mas desta vez não há escadas de alumínio. Apenas apoios para encaixar pés e mãos ao longo de uma parede vertical.
Escalar os primeiros três metros é fácil, o que nos leva a olhar para cima e pensar que em dez minutos chegamos ao topo. Mas à medida que subimos, o esforço acentua-se. Para subir é preciso concentração, agilidade e boa coordenação motora. É muito importante saber poupar energia no esforço despendido, de modo a não ficarmos sem fôlego pendurados a meio.
Sensivelmente a três quartos da altura vemos a inclinação negativa e então vêm-nos à memória as palavras que a guia pronunciou momentos antes. "Poucos conseguem chegar ao topo". E é verdade. Podemos não pertencer ao grupo dos eleitos, mas pelo menos tentámos.
Rappel
Tal como o mito de sísifo, no qual o filósofo nunca conseguia equilibrar a pedra no topo da montanha, aqui assim que se chega ao cimo da torre também se desce. Só que desta vez é a fazer rappel. Uma doce recompensa após o esforço da escalada. Com o auxílio de uma corda presa a uma anilha de segurança que vai refreando a velocidade da descida, basta dar apenas pequenos impulsos com as pernas. Descer é fácil e depois desta experiência percebe-se o que custa vencer a gravidade.