As Festas do Espírito Santo foram introduzidas em Portugal no séc. XIV, possivelmente por influência da Rainha Santa Isabel. O culto foi trazido para os Açores pelos primeiros povoadores e razões diversas, como as catástrofes naturais e o isolamento próprio das ilhas, contribuíram para manter e intensificar a tradição do Espírito Santo. Ao longo do tempo, cada ilha foi adaptando o culto das festividades à sua própria história, criando particularidades e rituais próprios. Na ilha Terceira, as celebrações são especialmente coloridas e animadas, e incluem dois tipos de cerimónias: as Funções e os Bodos. As funções, que acontecem nos oito domingos seguintes ao da Páscoa, são organizadas pelos "imperadores" que expõem em sua casa a coroa do Senhor e rezam o terço todas as noites em conjunto com familiares e amigos. Na quinta-feira que antecede o domingo da coroação, que é chamado "dia do bezerro", o imperador apresenta o gado para a função e para esmola dos que mais precisam. O desfile pelas ruas dos bezerros enfeitados com flores de papel, é acompanhado por cantigas e quadras alusivas ao imperador. No domingo da coroação, uma procissão conduz o "imperador" até à igreja onde tem lugar a coroação. De seguida, passa-se à função - o jantar oferecido pelo imperador, composto por uma ementa rica de sopa de pão, cozido de carne, alcatra, pão de leite, massa sovada arroz doce e vinho de cheiro. Os bodos acontecem nos domingos de Pentecostes e da Trindade e são organizados por grupos de homens, chamados "mordomos", que fazem a distribuição de pão e vinho junto ao império onde está exposta a coroa do Espírito Santo.
Data e periodicidade: Todos os domingos, durante sete semanas depois da Páscoa. / Anual
