A Culturgest reúne nos seus espaços exposições, espectáculos e conferências, entre outros. É um lugar que está intrinsecamente ligado à cultura de Lisboa.
Havia um livro que era de um senhor e foram os dois, o senhor e o livro, para o Hotel Aqui Pode-se Servir e podiam ir de carro ou de bicicleta mas como não tinham bicicleta foram de carro e pelo caminho encontraram uma placa que dizia “Perigo! É obrigatório fugir!”…
Quem conta a história é a Mariana que tem oito anos e que assim nos explica o desenho colado na parede. O desenho e a história são partes fundamentais da oficina Um Refresco com Imaginação, uma das muitas que a Culturgest organizou este Verão para as crianças.
A história pode parecer estranha e disparatada mas há duas explicações. Primeiro, estamos a falar da criatividade (abençoada criatividade) dos mais pequenos. Depois, a fonte de inspiração. É que todas as oficinas de Verão aqui a decorrer têm como ponto de partida as duas exposições que actualmente podem ser vistas na Culturgest – a colectiva Para o Cego no Quarto Escuro à procura do Gato Preto que não está lá e Reflexões sobre o Modernismo Indiano de Nasreen Mohamedi.
A primeira conta com trabalhos de cerca de duas dezenas de artistas. Trata-se de uma mostra multidisciplinar que procura desconstruir a ideia de que a arte tem que ser explicada. Através da fotografia, do vídeo, da escultura ou do desenho agudiza-se a curiosidade pelo conhecimento mas de uma forma mais lúdica e divertida que, em momentos, chega mesmo ao nonsense. Exemplo claro disso é o início da exposição, feito com o registo sonoro de uma entrevista a um gato.
Outro é a obra Chapeau!, da autoria de Patrick van Caeckenbergh, e que nos conta a história de um homem que tinha tantos conhecimentos na cabeça que teve que criar um chapéu grande o suficiente para conseguir meter lá dentro tudo aquilo que ia aprendendo. Um chapéu gigante, repleto de caixinhas onde o conhecimento é guardado e que faz as delícias dos mais pequenos. E dos adultos também.
Em contraponto, a exposição de Nasreen Mohamedi é marcada pela lógica da geometria e das linhas. Nada que impeça as crianças de criarem e inventarem…