Situa-se no alto do Marvão, dentro das muralhas do castelo, a 12 km de Portalegre e a 11km de Espanha. Do terraço sobre a muralha de que a casa dispõe, têm-se uma vista deslumbrante da paisagem envolvente, onde se pode avistar a serra de S. Mamede, as albufeiras de Apartudara e Póvoa e Meadas, Nisa e Castelo de Vide.
Localização: Centro Cidade/VilaÉ bonita o ano inteiro, mas de Inverno, com uma lareira para aconchegar ao fim do dia, fica ainda melhor.
Mesmo sem terem sido convidadas, as nuvens entram na vila envolvendo-a suavemente, arrastando-se por entre as ruas e becos, cobrindo telhados e casas. De manhã cedo, Marvão é assim.
A mais de 850 metros, esta vila medieval domina por completo quase toda a serra de São Mamede e depressa se percebe a sua importância estratégica nos tempos em que Portugal e Espanha se guerreavam.
É quase desnecessário referir a magnífica vista, pois a própria vila em si já é lindíssima e só os carros é que estragam um pouco a paisagem. Tal como em Óbidos, deveria ser obrigatório andar a pé.
Toda a vila é murada, ocupando todo o cabeço rochoso. As ruas são estreitas, com calçadas grandes e irregulares. As casas, de dois a três andares, são quase todas de granito e caiadas de branco e algumas até têm varandas de ferro.
Em meia hora, ou talvez menos até, dá-se uma volta completa e o melhor para quem não conhece é partir do castelo e seguir toda a muralha, passar pela porta e voltar ao castelo pelo lado inverso.
O Castelo
Primeiro, anda-se por entre fileiras de corredores estreitos, sobem-se escadas e espreita-se por entre torres de vigias por onde os soldados controlavam a serra de São Mamede.
Cá em baixo existe um pequeno museu militar, feito na antiga casa dos oficiais.
Mas o local mais curioso do castelo é a velha cisterna de água. Desce-se por umas escadas estreitas até uma porta de madeira. Depois são mais uns degraus até ao pequeno varandim de pedra. Ao lado, um interruptor que acende um potente holofote.
Depois, pasme-se com a surpreendente cavidade cilíndrica onde se armazenam milhares de litros de água. O fundo é limpo e vêem-se perfeitamente as moedas que reluzem. O eco propaga-se por toda a sala e ficamos impressionados com a engenharia medieval.
A casa da Árvore
A um canto da vila, está plantado um turismo rural cujo nome tem uma história curiosa. No início não era mais do que uma enorme casa de família junto à muralha onde o actual responsável, José Fernandes, passou a infância. Com o passar dos tempos, ele o e os irmãos cresceram e a casa passou a ser mais um destino de férias e refúgio de fins-de-semana para familiares e amigos. Até que José Fernandes decidiu acabar com a veia de filantropo e criou um turismo rural.
Na altura de registar a casa, as duas primeiras propostas foram recusadas no cartório e era urgente encontrar um nome disponível. Um belo dia olhou para a enorme árvore plantada no pátio em frente e assim ficou. Hoje já não existe a frondosa árvore, que morreu, mas em sua memória foi plantada outra, muito mais pequena.
Embora antiga, a Casa da Árvore está longe de ser rústica, muito pelo contrário. É um turismo rural simpático, talvez mais agradável de Inverno, onde o frio não convida muito a sair e as duas salas de estar com lareira tornam os serões mais aconchegados. Ao todo, são cinco quartos duplos, que se repartem pelos dois pisos.
Bem decorada, saltam à vista pequenos tesouros como a colecção de dicionários do final do século passado empilhados em cima de uma cómoda no corredor, tesouro que faria as delícias de qualquer alfarrabista. E a vista é extraordinária, aliás, como em qualquer canto de Marvão. Mas com a vantagem de estar mesmo junto à muralha.
REPORTAGEM ACTUALIZADA EM OUTUBRO 2009
2001-10-31