Filhas da presença muçulmana, as açordas levam regra geral coentros ou poejos (ou uma mistura das duas ervas), pão duro, azeite, alho, sal e água. Esta é a base de todas as açordas. Depois, podem incluir condutos diversos, consoante a época do ano e as posses. A chamada "açorda de mão no bolso" é a mais simples, alimento dos que menos tinham e que deve a sua designação ao facto de só precisar da colher para ser comida. Acompanha-se geralmente com ovos escalfados ou cozidos e azeitonas. Muitas vezes a água quente que se acrescenta é aquela onde cozeu uma posta de peixe ou onde se escaldaram tiras de pimento verde, cortadas finas. No Verão pode ser acompanhada com sardinhas assadas ou fritas, com figos maduros, um cacho de uvas brancas ou rábano cru cortado em palitos grossos. A simples enumeração das açordas mais comuns dá uma pálida ideia do engenho alentejano: açorda de cação, de bacalhau, de hortelã, de beldroegas, de alho, de favas...
Dicas para a confecção: Cozer o bacalhau em água com um fio de azeite e, numa caçarola à parte, escalfar ovos em água com vinagre. Colocar coentros e dentes de alho bem picados, sal e azeite numa terrina, verter a água onde cozeu o bacalhau, que deverá estar a ferver. Rectificar o sal, juntar pão alentejano em fatias finas, os ovos e o bacalhau.