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Quem procura as emoções de um passeio a cavalo tem que se acostumar à muito sábia máxima que diz que raramente o melhor do percurso fica perto da estrada principal. Só o facto de ser um passeio 100 % pelo campo serve para desentupir o espírito e deixar de lado preocupações que devem ser reservadas aos dias de semana.
Do Monte do Cabeço do Ouro partimos para um dia inteiro de passeio por entre a fresca vegetação da serra de Grândola, sendo grande parte do percurso coincidente com os Caminhos da Ordem de Santiago. E depois das serranias, terminamos em beleza no aquecido e fofo areal de uma praia do concelho. De início, quase nos perguntamos onde está o desafio, mas depois de algumas horas a tentar dominar o cavalo, a resposta é por demais evidente.
Montados em cima de uma égua, ou noutros casos no espécime masculino luso-árabe, aí vamos nós. Aconselha-se saber antes qual o nome do nosso meio de transporte, para que caso falhe alguma coisa, possamos tratar o problema por “tu”. É o caso de quando se encontra uma zona de relva tenra e fresca. Um manjar dos Deuses para os bichos, mas deixá-los comer até se fartarem não parece ser conselho que se dê, até porque depois fica difícil prosseguir marcha.
As poucas e básicas, mas muito úteis indicações, são dadas logo ao início e agora só temos que as colocar em prática. Nada complicado e, para qualquer eventualidade, o guia acompanha-nos e auxilia-nos no que for preciso.
A serra
O verde aparenta estar muito fresco por culpa das chuvas que este ano foram prodigiosas em visitar-nos, mas também por causa da ribeira que, como agora leva mais água, não passa tão despercebida.
A paisagem, embora sem grandes variações, não deixa de ser aprazível. Sobreiros, azinheiras, oliveiras e arbustos como o rosmaninho, a esteva e o alecrim. Nalguns casos, mesmo sem os vermos, descobrimos a sua existência denunciada pelo aroma. Nesta altura do ano a paleta de cores é bem mais generosa. Várias tonalidades misturam-se com o verde. É o desabrochar da Natureza num caos de cor digno de ser visto. As árvores apresentam-se com formas estranhas, algumas estão mais despidas do que outras. É o caso dos sobreiros, uns com a casca e outros já sem ela. Apresentam uns números que mais parecem código e que correspondem ao ano em que a cortiça foi retirada. E aí vão os nossos fiéis companheiros, a seguir a ribeira de Grândola que corre de uma forma pouco usual para este tipo de curso de água, de sul para norte. É geralmente à sua beira o local escolhido para desfrutar dos prazeres de uma refeição ao ar livre. Um piquenique, há quanto tempo não partia para uma aventura destas?
2003-03-31