Entre Marco e Felgueiras, por entre estrada batida, o verde da paisagem e as vinhas que se estendem durante quilómetros, surge uma pequena (e carismática) casa de pedra com uma porta de madeira pintada a vermelho. É aqui, num antigo lagar de azeite, que se esconde o restaurante Quinta de Lama. Uma decoração de bom gosto, que capta a aura do espaço e a aproveita para criar um ambiente rústico, acolhedor e intimista onde se pode saborear a boa gastronomia portuguesa, coroada com doces caseiros e regionais.
Dia(s) de Encerramento: Domingos (Jantares), SegundasTrês amigas, todas com formação em Hotelaria, decidiram abrir um restaurante típico de atmosfera familiar, onde os clientes pudessem sentir-se em casa. O resultado está à vista - não de todos, mas daqueles que conseguem descobrir este recanto na margem direita do Tâmega, zona rica em património arqueológico românico.
Quem tem boca vai à Lama
A Quinta da Lama é uma propriedade agrícola em actividade, cuja cultura predominante, a julgar pela vista que se obtém da entrada, é a vinha. Para lá chegar, deve tomar a A4 para Vila Real e sair para Marco de Canaveses. Imediatamente a seguir à portagem, siga pela direita e corte, 500 metros volvidos, desta feita à esquerda. Depois, é sempre em frente até à localidade de Vila Meã, freguesia de Real, concelho de Amarante.
O melhor é ir perguntando a quem passa se está no bom caminho. Até porque, uma vez lá chegado, não há placa nenhuma que indique o desvio de terra que dá acesso à quinta.
Tanto secretismo tem uma razão muito sólida. Susana Malheiros, sócia-gerente do Restaurante Quinta da Lama, conta que o sonho que uniu as três jovens empreendedoras foi o de construir lentamente uma casa de boa comida, com ambiente familiar e tranquilo, onde pudessem tratar os clientes pelo respectivo nome e servi-los sem pressas. Daí a quase ausência de publicidade. Apostaram na divulgação discreta a cargo dos comensais satisfeitos e, ao que tudo indica, a aposta está ganha.
Memórias recuperadas
O restaurante ocupa o espaço do antigo lagar de azeite da quinta, perfeitamente recuperado pela proprietária, já com o objectivo de cedê-lo à exploração. A pedra forra as paredes e a madeira aconchega o tecto. Depois, o ambiente faz-se dos utensílios antigos, da loiça de barro e dos perfumes que se escapam da cozinha para abrir o apetite a quem chega.
Para além do lagar propriamente dito, encontramos ainda naquele espaço um alambique, cujo uso poderá ter sido o de aquecer a água indispensável à operação de prensagem da azeitona, costume não raro na região. No andar superior há ainda uma outra sala, mais pequena, ideal para grupos na ordem das duas dezenas e pouco mais.