Restaurante com especialidades da cozinha regional serrana. A cozinha está à vista e possui forno a lenha. A lista de vinhos apresenta essencialmente vinhos do Dão.
Acessos para deficientes: NãoAbriu logo a seguir à revolução dos cravos, em 1976 e durante 17 anos funcionou no rés do chão de uma das casas que existem ao lado do actual restaurante. Nesse época, o Júlio era uma cervejaria com bons petiscos e tinha marisco fresco todos os dias. Um feito que poucas casas da beira alta se podem gabar. Mas para além dos camarões, lagostas e amêijoas, havia cabrito assado no forno e as febras e iscas estavam sempre a sair. Aos fins-de-semana era impossível dar conta do recado e os clientes ficavam a fazer fila na rua à espera de comer. No Inverno era duro. Para poder agradar a todos, o sr. Julio teve que procurar um espaço mais amplo e encontrou-o justamente na porta ao lado. Hoje, com uma sala com capacidade de 72 lugares a vida dos comensais tornou-se bastante mais fácil, mas nem por isso o restaurante deixou de ser menos frequentado. A sala é acolhedora, com paredes de granito que contrastam bem com as toalhas das mesas, em tons rosa suave. Numa parede destaca-se uma grande foto do 25 de Abril, mas também diplomas de participação em festivais gastronómicos da Beira Alta, Serra da Estrela e Santarém. A meio do balcão, a mesa coberta de doces, enchidos e queijos, dá-lhe um ar mais caseiro ainda.
Bom, dispensadas as apresentações, sente-se confortavelmente e comece pelas entradas, as deliciosas farinheiras torrada e morcelas à moda de Gouveia. E já agora, também um belo chouriço de sangue. São enchidos que fazem crescer a água na boca. Acompanhe estas entradas com um jarro de vinho tinto caseiro, vindo directamente da pipa do produtor. A etapa que se segue são as especialidades da casa e aí, depende muito do seu gosto. Há arroz de carqueja feito com entrecosto, mas também, as famosas batatinhas do céu. Infelizmente estas não foram plantadas em nenhum campo divino, mas chamam-se assim porque o pai do proprietário gostava tanto desta receita que lhe atribuía propriedades divinas. Talvez tivesse razão, pois a carne de porco temperada com vinho tinto e ervas aromáticas que vão impregnar de sabor as batatas cortadas às rodelas, tornam-nas de facto em algo de sublime para o paladar. Mas há mais receitas saborosas como o cabrito com míscaros, ou as autênticas feijocas de tamanho invulgarmente grande, plantadas na encosta norte da Serra da Estrela. O cardápio gastronómico encerra-se na altura da caça quando surgem também os pratos como o javali, as perdizes ou coelho à caçador. Enfim, uma variedade regional gastronómica o que leva o sr. Júlio a definir a sua casa mais como um restaurante de comida serrana do que propriamente beirã, tal a variedade de iguarias que oferece. Ah, e para acabar em beleza, as papas de milho ou a maçã assada com mel.