Localizado em pleno centro de Évora, este restaurante, de ambiente familiar, aposta nos pratos regionais.
Ambiente e decoração: Paredes revestidas com azulejo do século XVII.A cidade de Évora, meritoriamente reconhecida como Património Mundial, é um exemplar único de beleza, de equilíbrio arquitectónico de várias épocas, hoje em dia cada vez mais acessível pelas vias de comunicação que rapidamente a alcançam.
Mas não é só a presença monumental que marca esta carismática cidade. A sua tradição gastronómica, paradigma da elegante simplicidade da cozinha alentejana, é outro dos símbolos fortes da cidade do Templo Romano, antes dito de Diana. Por alguma razão aquele que foi durante mais anos o mais famoso restaurante alentejano, o Fialho, precedendo uma vaga imparável ainda hoje em curso, nasceu em Évora.
Cozinha simples e boa
Num registo diferente do género de restaurantes referido, vai hoje a escolha para o Guião, situado bem no centro desta cidade. Aqui se chega ou pela Praça do Giraldo, na direcção da Igreja de S. Francisco, ou pelo Rossio de S. Brás, passando pela estação de camionetas que daqui fica próxima. Chama a atenção pelo toldo branco com o seu nome gravado e pelo movimento que lhe é característico à porta, prenunciando um alvo certo de selecção restaurativa.
E assim é. Dentro passa para o cliente uma sensação agradável de conforto, logo que este toma o seu lugar numa mesa de brancura impecável, colorida por uma rosa fresca, rodeado pelas paredes onde figuram símbolos da região e se destaca a colecção de pratos, com exemplares muitos deles raros, fora do que é costume encontrar por muitas casas desta província, e que no seu conjunto quase que chegam para fazer a decoração do restaurante Guião. Os azulejos das mesmas paredes também ajudam.
Percebe-se que a estrutura é familiar, complementada por um simpático e fardado empregado que se percebe estar bem habituado a tratar os seus clientes como deve ser. Enquanto se espera, um olhar pelas garrafas, muitas, dispostas pela sala leva a descobrir algumas escolhas de vinhos com graça, entre clássicos consagrados e algumas novidades. Com predominância na produção do Alentejo como seria de esperar.
Começa-se, passe o pleonasmo, pelas entradas que são as do costume, entre favas, enchidos, queijinhos e um bom pão, entre outras opções possíveis. Segue-se pelos pratos principais onde o conselho, valioso, da divisão possível de uma dose se deve aceitar pois, como está subentendido, as dimensões são fartas.
As hipóteses da ementa não têm nada de surpreendente dentro do que acima foi relatado sobre a tradição da cozinha alentejana, passando pelas migas com as suas carnes de porco, o ensopado de borrego, especialmente bem temperado, a açorda alentejana e as variantes de porco fritas, secretos e companhia, sem esquecer as saladas de acompanhamento.
Chegando ao lado mais doce, a variedade escolhida do receituário conventual da praxe é mais do que suficiente, estando representados os exemplos mais importantes.