A Fundação de Serralves integra um restaurante aberto durante o horário de funcionamento do Museu. Para além da sala, com uma ampla janela, rasgada ao longo de toda a parede, que se abre sobre o arvoredo do jardim, o restaurante oferece também uma magnífica esplanada/terraço que permite desfrutar ainda melhor de toda a envolvência verdejante do Parque de Serralves.
A cozinha do Restaurante, pensada com o grau de exigência que o Museu coloca em todas as suas iniciativas, recorre ao tradicional receituário português tomando por base iguarias provenientes do mar e da terra, apresentadas de forma simples e directa por forma a realçar toda a sua qualidade e frescura.
Ao almoço, o visitante tem diariamente disponível um buffet completo onde não faltam múltiplas oportunidades de escolha. O jantar está reservado a grupos e a eventos especiais, mediante reserva prévia.
Sob a orientação gastronómica dos magos bascos - os irmãos Arbelaitz - Serralves aposta numa cozinha imaginativa que alia a melhor gastronomia à criação de pratos cheios de arte, em especial à hora de jantar.
Vários homens vestidos de cinzento invadiram as amplas e imaculadas salas do Museu de Serralves. São criações de Juan Muñoz, artista espanhol, o mesmo que instalou no Jardim da Cordoaria um conjunto de 13 homens a rir uns dos outros, no âmbito do Porto 2001. As esculturas estão carregadas de expressividade, parecendo por vezes homenzinhos pequenos em movimento.
A exposição foi também o pretexto para a criação de três menus especiais e que assinalam a nova vida do restaurante do museu, agora a cargo do chef Fernando Santos, orientado pelos famosos irmãos Albelaitz, Hilario e Joxe Maria, dois dos mais destacados chefs espanhóis, responsáveis por restaurantes com direito a distinção: o Zuberoa, com duas estrelas Michelin, e o Miramom-Arbelaitz, com uma estrela.
Nada se perde, tudo se recria
Fernando Santos é o chef que lidera no dia-a-dia a cozinha do museu, sob a coordenação dos magos bascos. Adepto dos produtos de melhor qualidade confessa que ali “tudo é aproveitado”. Para maior concentração de sabores todos os constituintes dos ingredientes são reutilizados: os sucos, os aparentes restos podem ser transformados em belos cremes, espumas coloridas ou delicados crocantes.
Para Fernando Santos a aposta é na “simplicidade”, embora na mesa se prove também o requinte. Primeiro porque se escolhem produtos da região e que suportem uma preparação a temperaturas adequadas. Depois, há um intenso e contínuo trabalho de apurar o gosto, testar texturas, acertar ligações o que transforma esta cozinha num laboratório permanente.
A prioridade é criar pratos equilibrados e com classe. Daí o cuidado extremo, por exemplo, na preparação dos legumes, cozinhados al dente um de cada vez para não misturar os sabores e a escolha de produtos sempre frescos e de primeira.
A actual cozinha do Museu de Serralves aposta numa ligação estreita entre a programação cultural e os pratos apresentados, em especial à noite, altura em que as pessoas têm mais tempo para apreciar uma boa refeição e quando em Serralves o ambiente fica mais calmo.