Restaurante com elevado padrão de qualidade. Excelente carta de vinhos. O cardápio é composto essencialmente com especialidades de pescado. Um restaurante de praia onde se come bom peixe, sempre fresco. Há quatro gerações que pertence à mesma família, sem perder qualidades. O negócio está para durar. Uma boa escolha para se fazer uma jantarada entre amigos.Fica desde já a sugestão: depois de provar os deliciosos pratos da Adraga, nada como fazer um passeio pedestre por aquela zona e apreciar a natureza.
Acessos: Quem vai pelo lado de Cascais, segue sempre em direcção a Almoçageme. Quem vem do lado de Sintra, passa Colares em direcção a Almoçageme. Chegando a Almoçageme segue sempre em direcção ao mar, uma estrada estreita e sinuosa, mas com uma vista linda cheia de lugares pitorescos.Essa estrada vai ter a um areal, à praia da adraga. Ai se encontra o nosso restaurante.O mar está calmo e a bandeira verde comprova-o. Há gente na praia, mas não a ponto de termos de desistir da ideia de estender a toalha ao sol. É a vantagem de vir para esta parte da costa onde há espaço para todos. Desta vez, como das outras, foi o mar que nos trouxe aqui. Não por causa da bandeira azul que atesta a qualidade da praia nem por causa do poder que a água tem em refrescar os corpos. A ideia é comer o que de melhor o mar nos pode oferecer: o seu peixe.
Ali mesmo, onde acaba a estrada e a praia da Adraga começa, existe um restaurante como muitos. Só que este, de que falamos, é familiar como poucos e modesto como mais nenhum. Por isso não se pode contar com uma arquitectura digna de prémio, nem com uma decoração que foi entregue a uma profissional. Apesar disso, ou melhor, precisamente por isso, este é um restaurante prendado. Aqui tudo é genuíno, a começar pelos objectos que estão espalhados pela casa. Fotografias dos proprietários enquanto crianças, redes de pesca, conchas, bóias, barcos de madeira, lanternas e tudo o que, relacionado com o mar, se conseguir imaginar. Os clientes, não vêm aqui para admirar mais nada a não ser o peixe, que é sempre fresco e preparado na altura. E isso vale mais que muito.
O dia está calmo e o vento não está muito forte. Poder-se-ia ficar na esplanada, mas lá dentro vê-se tudo à mesma. Para os dias mais frios, esta é a melhor alternativa. Os vidros duplos protegem do frio e depois, a lareira continua lá, pronta para aquecer quem se veio refugiar na praia.
O carvão grelha desde peixe-espada, garoupa e pargo, passando por robalos, douradas, linguados e sargos, acabando no peixe da época, as sardinhas e os carapaus. Antes mesmo de se provar, é na altura que se despe o pescado, que nos apercebemos da sua frescura: quando o garfo desliza suavemente sobre ele, desnudando-o a uma só passagem. Não se pode esperar melhor do que isto. Em sítio nenhum. E para acompanhar, uma salada com pimentos assados que alegram ainda mais a refeição.
Então e a caldeirada, o polvo e o tradicional bacalhau? Também os há. Mas antes de passarmos aos pratos principais, não seria mal lembrado preparar o estômago com as entradas. Amêijoas, à Bolhão Pato, ou à Suzete, mexilhões, lavagante, camarão, santola, sapateira e lagosta... uma selecção de crustáceos que faz crescer água na boca só de pronunciar o nome. Agora imagine-se vivinhos, no aquário que se dá de caras logo à entrada e onde se pode apreciar cada bicho destes e escolher qual deles embelezará o prato. É difícil a escolha, não é? Coma-se o que se quiser como entrada, mas que não se deixe de provar a sopa de peixe. Uma maravilha.
É nestas alturas que se sente a falta de um bom vinho. Quando a refeição sabe bem, sentimos necessidade de um acompanhamento que esteja à altura. A carta de vinhos, dividida por nove regiões, pode surpreender. Do Minho, vem o Vinho Verde, fresquinho como se quer e das Beiras, o famoso Dão. Mas há ainda aquele que vem de Trás-os-Montes e do Douro, da Bairrada, ou do Ribatejo e claro está, do Alentejo, também. E porque não se pode nunca esquecer o sítio que nos viu nascer, o restaurante da Praia da Adraga conta ainda com a presença de vinhos da Estremadura, de Bucelas e de Colares, ali bem perto. Sobra ainda o precioso líquido proveniente de terras do Sado e de Palmela e para quem quiser saltar fronteiras, vinhos do resto do Mundo. Mas para já, a procura do que é nacional tem sido tanta que esta última categoria está ainda por preencher.
Existe ainda o bar, que dá apoio à praia, o “pequeno jardim” do restaurante, como lhe chama os proprietários, onde se pode provar uns travesseiros, bastante apreciados por estas bandas. Mas o que mais sai são as bebidas geladas, os refrescos e as cervejas. Bar de praia é assim mesmo.
Depois de se conhecer a casa só resta admirar esta família que conseguiu conservar o espaço há já quatro gerações. Esperemos que estejam outras tantas. Ou melhor, muitas mais.