Começou por ser uma tasca e tornou-se num dos restaurantes mais típicos e emblemáticos de Lisboa. O serviço é rápido, eficiente e simpático. Referência para o tamanho das doses, que são abundantes. À entrada, um bar, que também serve refeições ao balcão, com um expositor de peixes e mariscos frescos. Para os apreciadores de lampreia e sável, em época própria, podem aqui comer receitas saborosas.
É longa a existência desta casa, um marco na restauração típica da cidade de Lisboa. Foi como tasca de bairro que começou a sua actividade, na longínqua década de 20. A qualidade e a variedade dos petiscos que então servia, foi-lhe aumentando, e muito, a clientela. Que evidentemente já não é de bairro.
Criou-se mesmo a tradição de tertúlia, a incluir desde personagens das letras ao cinema, sem deixar de passar pela classe política que, independentemente do respectivo partido, é uma marca na clientela da casa.
E a taberna, que manteve o nome de Adega da Tia Matilde, é hoje, um restaurante de respeito, na responsabilidade da mesma família, agora na terceira geração. Divide-se por três salas amplas, e conta à entrada com um simpático balcão onde também se serve.
Entrando, salta à vista a exposição de peixes e mariscos frescos, que na sua variedade e quantidade, indiciam a intensidade do movimento da casa. Que tem uma vantagem de relevo nos dias que correm no centro da cidade de Lisboa, que é ter um parque próprio, ainda que de alguma dificuldade labiríntica de acesso, o qual permite entrada directa numa das salas do restaurante.
Os pratos da tia Matilde
Feito o preâmbulo, passemos às especialidades da casa, que são várias. Como bem o sabem os múltiplos habituais frequentadores, dividem-se estas pelos dias da semana.
É exactamente no primeiro destes, segunda feira, que se pode apreciar um bacalhau à Gomes de Sá que honra a receita de origem, executada a preceito, bacalhau, batatas e azeite abundante de qualidade. Em dose farta, refira-se.
Saltando para a sexta feira, encontra-se outra das eleitas, umas belas iscas à portuguesa, saborosíssimas, em molho espesso e apurado, servidas a escaldar, em frigideira, com as batatas cozidas merecidas.
E ao sábado ao almoço, vem o arroz de frango à tia Matilde, que é uma cabidela inspirada. E muito mais há, de confiança, a merecer prova. A sopa rica de peixe, que vai de férias no Verão, não se pode deixar de referir, figurando esta na carta fixa. Como companhia, na lista de vinhos encontram-se algumas propostas relevantes.
Para entrar, as pataniscas feitas na altura e a salada de ovas, cumprem a função. Para fechar, vem a boa surpresa da tarte folhada de maçã.
É esta uma cozinha segura, onde se sente a tradição e a preocupação com a qualidade dos produtos utilizados. O resultado está à vista.