Criada em 1981, abrange 6348 hectares em plena serra, com uma altitude que varia entre os 425 e os 1078 metros. É um enrugado de cabeços, orientados de nordeste para sudoeste e separados por leitos cavados no solo xistoso das ribeiras. Confinando com Espanha, distribui-se pelos concelhos de Penamacor e Sabugal (onde fica a sede da reserva) e está encaixada entre os rios Côa, a norte, e Bazágueda, a sul.
Do manto verde sobressaem as relíquias da mata mediterrânica que em 1987 levaram à classificação da serra da Malcata como Reserva Biogenética do Conselho da Europa. No ambiente frio e húmido da região norte da serra predomina o giestal, que em Maio e Junho oferece um belo espectáculo tingido por enormes manchas amarelas e brancas.
Das nove espécies de carnívoros presentes, a mais relevante é o quase extinto lince ibérico, existindo igualmente a raposa, o lobo e o gato-bravo. A avifauna da Malcata conta também com espécies pouco abundantes no nosso país, como o açor, o bufo-real, a águia-real, a águia-cobreira e o milhafre-real.
Tomando o caminho de terra, e não ligando a um primeiro desvio à direita, ele descerá à ribeira de Valdedra, onde um painel informativo marca o início do percurso. Estamos no domínio da vegetação mediterrânica, cujos bosques se têm vindo a expandir, fruto da regeneração natural e da intervenção da Reserva. Foi assim estancado o alastramento das matas de produção de eucalipto (Eucaliptus sp.), pinheiro-bravo (Pinus pinaster), pinheiro-negro (Pinus nigra) e de pseudotsuga (Pseudotsuga menziezii).
No passado, grande parte do sul do país fora coberto por florestas mediterrânicas de denso subcoberto arbustivo, dominadas por azinheiras (Quercus rotundifolia) e sobreiros (Quercus suber), hoje transformadas em montados, matos, campos agrícolas, pinhais e eucaliptais. Restam apenas algumas pequenas manchas, mas é provável que, num futuro não muito distante, a serra da Malcata se torne uma das grandes referências nacionais desse grande bioma que caracterizou toda a bacia do Mediterrâneo.
A caminho do rio Bazágueda
Do outro lado da pequena ponte, o percurso seguirá pela esquerda, e num primeiro cruzamento, o mesmo deverá ser feito, iniciando um troço na direcção do Monte do Salgueirinho. Depois, abandonando esse sentido, deverá seguir-se por um caminho à direita, que sobe e intercepta a ribeira homónima. Mais acima, após uma curva e uma contra-curva pronunciadas, optar pela direita numa bifurcação, para adiante, já a 635 metros de altitude, se iniciar uma grande descida. O caminho acabará por acompanhar o troço final da ribeira do Salgueirinho, onde se juntarão as águas da ribeira da Mouca, para juntas seguirem na direcção do rio Bazágueda, a cujo vale se chega após um desvio à direita numa bifurcação.
Aqui mostram-se frondosas galerias de freixos (Fraxinus angustifolia), amieiros (Alnus glutinosa) e salgueiros (Salix salvifolia e Salix atrocinerea) que acompanham o rio, e onde a vida animal se faz sentir com mais intensidade. Logo no início do vale que se estende à direita, e por onde o caminho continua, encontra-se meio escondido pelo arvoredo o açude do rio Bazágueda, convidativo para um banho refrescante em dias de maior calor.
Seguindo depois com o rio à esquerda, chega-se a uma casa de xisto, após a qual se deverá prosseguir pela direita, e subir, sempre continuamente, para já perto do cume da Figueirinha, se voltar num primeiro entroncamento à direita, cerca de 100 metros depois à esquerda, para logo a seguir novamente à esquerda se chegar ao local de início de percurso.
Mapa e Ficha da Área Protegida
2005-11-02