O Palace Hotel do Bussaco está instalado num palácio de caça dos últimos Reis de Portugal e é considerado um dos mais belos e mais românticos hotéis do mundo, sendo ainda reconhecido como um exemplar perfeito da arquitectura neo-manuelina. Fica rodeado pela mata do Buçaco, floresta implantada pela ordem dos Carmelitas no primeiro quartel do século XVII, com espécies vegetais de todo o mundo, além do mundialmente conhecido cedro do Bussaco. O hotel está sumptuosamente mobilado e decorado com painéis de azulejos, frescos e quadros representando a época dos descobrimentos. Os quartos são amplos e possuem uma vista deslumbrante. O restaurante é um dos mais refinados do país. Uma estadia no Palace Hotel do Bussaco é uma experiência inesquecível.
Acessos: N1(direcção Mealhada); A1 (direcção Porto; saída Mealhada/Cantanhede); IP5 (direcção Viseu; saídas: Tondela/ Luso/ Mealhada)Ao fim da tarde, um café e um cálice de vinho do Porto servidos no bar. Paredes de madeira, sofás em pele, baixos e confortáveis, tectos em madeira, candeeiros lindíssimos, em cada parede ou ombreira de porta um detalhe diferente, e sobre a varanda, uma porta com janela, aberta, deixa entrar uma brisa com sabor a mata. Ao fundo da sala, um senhor de cabelos brancos lisos e alinhados, pele clara e pequenos envelopes nas mãos. Parece um reformado dos serviços secretos ingleses. E podia perfeitamente ser. Por aqui já passou de tudo.O livro de hóspedes regista com orgulho a assinatura de reis, rainhas, príncipes, actores, empresários e até Chistine Garnier, o mais parecido que Salazar teve com uma amante. Um hotel pode ser muita coisa. Um lugar de passagem, um quarto para dormir, ou isto. Isto é um hotel com cada uma das letras soletradas devagar. Um sítio onde se fica, onde se está, nem que seja por uma noite. Ao fim de várias curvas estreitas, começa a ver-se uma torre que faz lembrar a de Belém, depois um jardim, e finalmente o edifício todo.
Construído em muitos e diferentes anos, o Palace do Bussaco ficou marcado de estilos diferentes, mas o neo-manuelino, com cordas, hemisférios e velas reinventadas é o mais notável. É um hotel elegante, mas não luxuoso, muito menos exuberante. É como nas pessoas, toda a diferença que vai da burguesia com dinheiro à aristocracia com bons modos. Não por acaso, a mata já se escreve Buçaco. Mas o hotel insiste em ser o Palace Hotel, Bussaco. Às vezes os pequenos detalhes são tudo. Atrás da recepção, toda em madeira, com gestos suaves entregam-nos a chave do quarto. Cada chave abre um quarto diferente. Claro, em todos os hotéis é assim, mas aqui cada quarto é diferente, não há um igual a nenhum outro. A suite nº1 é em Art Déco, o nº 7 foi o de Agatha Christie, o nº 77 em Art Noveau. Todos altos, janelas amplas, longos reposteiros e a vista, que varia sempre. De um lado a mata do Buçaco, luxuriante, em tons de verde variados.
De outro, o jardim cuidado, com um pequeno lago, patos e um cheiro adocicado que entra pela janela assim que sopra uma brisa. Lá para as oito, atravessa-se o longo corredor com tapetes vermelhos, portas altas dos dois lados e um suave cheiro a madeira encerada, cruza-se o hall de entrada e a escadaria de pedra com vitrais em frente, para chegar à sala de jantar. A sala é acolhedora. Arcos neo-manuelinos, madeira em volta e no tecto, portas com vidrinhos, uma varanda de pedra sobre o jardim, e painéis a retratar passagens dos Lusíadas no cima das paredes.As mesas estão postas com elegância, mas sem exageros. Toalhas imaculadas, floreiras de prata, talheres a condizer e copos para beber o vinho. O vinho do Buçaco, feito em especial para a garrafeira do hotel. Perca-se o amor a oito contos e tente-se a colheita de 89. É o mínimo que se pode fazer em homenagem ao cuidado com que este vinho foi sendo produzido sob o olhar atento do senhor Santos, em tempos uma das almas do Bussaco. E ao bem que sabe.