Situado em plena Costa Vicentina, Muxima, que significa coração em kimbundu, um dialecto angolano, leva os seus hóspedes a uma viagem por África e por alguns locais da América Latina e Ásia. Isso reflecte-se em toda a casa e nos quartos - todos com nomes de lugares por onde os proprietários passaram. O alpendre e as esteiras espalhadas por todo os cantos, apelam ao repouso. Ao pequeno-almoço pode contar com pão alentejano, compotas caseiras e bolo feito em forno de lenha.
Acessos: Tomar a A2 até Sines, seguindo posteriormente as indicações de Porto Covo. Continuar até Vila Nova de Milfontes, passar a ponte do rio Mira e a cerca de 15Km virar a direita na direcção do cabo Sardão. Prossegue depois para Lagos, passando obrigatoriamente por Odeceixe e Aljezur. Atravessa o centro desta vila e à saída em direcção a Lagos, anda 800m e vira na primeira estrada rural à esquerda, antes de iniciarem curvas. A estrada rural passa pela ribeira das Alfambras, segue-se uma bifurcação e vai em frente, encontra um casario que ficará do seu lado esquerdo. Depois de passar a ultima casa branca debruada a azul, segue pelo caminho mais uns 300m.Em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, onde não abundam hotéis, são reis e senhores os turismos rurais como este Muxima que tem quatro meses de vida. É um “monte verde” com preocupações ecológicas e ambientais, onde o Homem também é Natureza porque a respeita e vive de acordo com ela.
Recebidos de coração aberto
Ao Muxima, que significa coração em kimbundu (um dialecto angolano) não se chega por acaso. O monte de cerca de 28 hectares, decorado por medronheiros, sobreiros e esteva é servido por um curto e acessível caminho de terra batida.
Fica no campo - como prova a descrição - mas a poucos minutos da sucessão de praias livres de poluição e verdadeiros templos do surf como são a Amoreira, Montes Clérigos e Arrifana.
Aljezur está a dois quilómetros e do Muxima até lhe vimos o castelo e o emaranhado de casas cuja cal agasalha as habitações brancas. Também as duas construções que deram origem a este turismo rural foram recuperadas respeitando métodos e materiais tradicionais. A madeira está nos tectos e o adobe e taipa nas paredes - isoladores tanto do frio como do calor - embora o chão dos quartos seja radiante, isto é, aquecido.
Porém, a decoração de interiores baseou-se em apontamentos de paragens bem mais distantes.
Diz-me onde dormes, dir-te-ei onde pertences...
Nos passaportes dos jovens proprietários existem carimbos de vários países de África, Ásia e América Latina. Mas mais do que continentes ou nacionalidades, os quartos e suites homenageiam lugares e lugarejos. As cores utilizadas na decoração de interiores são intensas como em Citrana (Timor Loro Sae), vibrantes como em Coba (México) e quentes como em Sotouboua (Togo).
Sofia Faustino e Jorge Andrade recuperaram objectos das suas viagens como o artesanato de Marrocos, as mantas coloridas do México, os saris e um cartaz de um filme da Índia que deram vida às duas casas.
A da Eira, onde estão alguns alojamentos e a sala de estar e, a do Monte, toda em pedra, mais afastada e apenas com suites, todas com kitchenette, que podem receber até quatro pessoas, uma justa medida.
A portugalidade que se impõe
Tanto numa casa como noutra, a decoração é sumária. Não existem cortinas, apenas portadas interiores de madeira. Na casa de banho em cimento afagado e pigmentado (há-as vermelhas, azuis, laranjas, verdes...), uma escada em madeira serve para pendurar a roupa e o cesto colorido para pôr a roupa suja.