Museu biográfico e monográfico relativo à vida e obra de Rafael Bordalo Pinheiro, uma das figuras mais determinantes da vida cultural, artística e política da Lisboa da segunda metade do século XIX. Famoso caricaturista, dele é a conhecida metáfora visual do Zé Povinho. O acervo do museu é composto pela mais vasta coleção de cerâmica do artista e também uma considerável amostra de pintura, desenhos originais e publicações, num total de 20000 peças. Após um período de encerramento para obras de remodelação, o Museu reabriu ao público em Outubro de 2005.
Acessos: Autocarros: 1, 3, 7, 33, 36, 47, 50, 68, 85, 108 e 750. Metro: Campo GrandeArtista versátil, encetou um percurso muito próprio e poucas foram as artes que não experimentou. Foi um exímio ceramista e escultor, ilustrador e cartoonista, jornalista e repórter (da guerra civil espanhola), mas poucos o reconhecem como decorador e figurinista de teatro... Do carácter pioneiro que o caracterizou há que referir ainda a sua habilidade como marketeer e designer, funções que desempenhava quando ainda nem havia nomes para elas. É caso para perguntar o que é que ele não fez. É que até na gastronomia ele deu um ar da sua graça, inventando a receita Eiroses do mar à patriota. Qualquer semelhança com o primeiro verso do hino nacional não é pura coincidência, afinal de contas falamos de Raphael Bordallo Pinheiro.
Em jeito de biografia…
Figura incontornável da última metade do século XIX, Raphael Bordallo Pinheiro (1846-1905) tem na sua Lisboa natal um museu a ele dedicado. A homenagem partiu do poeta republicano Cruz Magalhães, admirador confesso da obra bordaliana. Passava pouco mais de uma década da morte de Bordallo Pinheiro (1916) e Cruz Magalhães abria ao público o primeiro andar da sua moradia do Campo Grande - projecto do arquitecto Álvaro Machado e Menção Honrosa do Prémio Valmor em 1914 - expondo a sua modesta colecção gráfica.
Cruz Magalhães era amigo de Gustavo e Helena, filhos de Bordallo Pinheiro que enriqueceram o acervo do museu com importantes doações. Com o passar dos anos, a mostra foi crescendo e ocupou outras salas da vivenda até que acabou por “despejar” o próprio dono que entretanto legou o museu ao município de Lisboa. A nova vida deste espaço começa em 1926, já com uma importante colecção de cerâmica e uma biblioteca (que disponibiliza os originais de alguns dos mais importantes periódicos) a ocuparem o rés-do-chão.
Actualmente o museu reúne uma colecção de 1000 peças em cerâmica, 6000 exemplares de gravura, 5000 originais de desenho e pintura, 2000 fotografias de época e mais de 3000 publicações, entre outras. E embora a obra seja extensa, o museu é relativamente pequeno… Querem Bordalo? Sigam-nos os passos.
De Lisboa para as Caldas
Sendo facto que na vida profissional de Raphael Bordallo Pinheiro primeiro surgiu a caricatura e o jornalismo é, no entanto, com a cerâmica que se inicia a visita ao museu.
Destacada numa parede do piso térreo junto à entrada está uma fotobiografia sua. São muitas as caras que ele assume nas várias imagens e muito poucas se associam à figura robusta de bigode farto mais amplamente divulgada.