A atribuição foi dada ao complexo de Belém que compreende o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, ambos paradigmas do apogeu da dinastia de Avis e exemplos máximos do Manuelino.
Mosteiro dos Jerónimos: Em 1496 D. Manuel terá pedido, à santa Sé autorização para edificar um mosteiro junto à margem do Tejo. A construção começou em 1501, no local onde havia uma capela henriquina dedicada a Santa Maria de Belém. A edificação desenvolve-se em longa fachada, com comprimento superior a trezentos metros. Os trabalhos, que duraram um século, correm inicialmente em estreito controlo régio, que para a sua construção canalizava a "Vintena da Pimenta". Trata-se do ex-libris do manuelino, com uma gramática muito própria e, obviamente, associada aos descobrimentos. Último reduto de reis, desde sempre pontificou nos cadernos dos viajantes.
Torre de Belém: Construção comemorativa da viagem de Vasco da Gama à Índia. A sua edificação, da responsabilidade do arquitecto Francisco de Arruda, ronda 1514. O registo decorativo manuelino é bem visível nos calabres que envolvem a torre, nos motivos marítimos (nós), nas esferas armilares e na profusão de cruzes da Ordem Militar de Cristo. Um dos motivos naturalistas mais interessantes encontra-se na representação de um rinoceronte (pela primeira vez representado em pedra, na Europa). A torre tinha funções de defesa óbvias para a barra do Tejo, sendo um dos exemplos mais marcantes da arquitectura militar portuguesa. É o monumento paradigmático de uma Lisboa, plataforma cultural entre o velho e os novos mundos. Em 1997 e 1998, a Torre de Belém foi objecto de um projecto de restauro que veio a ser distinguido com o Prémio Europa Nostra, distinção de grande importância e prestígio, atribuída pela primeira vez a Portugal.