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Mosteiro de Alcobaça

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Mosteiro fundado em 1178 pela Ordem de Cister, em cumprimento do voto de doação feito por D. Afonso Henriques, aquando da conquista de Santarém aos árabes.
A abadia é um dos mais importantes templos cistercienses medievais, tratando-se da primeira obra inteiramente gótica em Portugal. Já a monumental fachada apresenta um conjunto variado de estilos: românico, gótico e barroco.
O pórtico é ladeado de esculturas de São Bento e São Bernardo, enquanto as quatro estátuas colocadas na varanda que corre por baixo da rosácea representam as virtudes Fortaleza, Prudência, Justiça e Temperança.
No interior, impera a austeridade prescrita por S. Bernardo, nas suas três naves despidas de adornos. O claustro mais antigo, patrocinado por D. Dinis, contrasta, com os seus capitéis decorados, com a temperança dominante. Destaca-se a Sala dos Túmulos, a primeira experiência neogótica no país, onde repousam D. Pedro e D. Inês de Castro naqueles que são considerados os mais preciosos exemplares da tumulária medieval portuguesa.
Outros espaços dignos de nota são o refeitório, de estilo gótico-manuelino e a monumental cozinha, revestida a azulejos, onde os frades experimentaram fabulosas receitas, como o afamado pudim de ovos ou a perdiz na púcara. Rezam as crónicas que aqui eram também assados bois inteiros. Classificado Património Mundial pela UNESCO.

Ano de Construção: Séc. XII
Dia(s) de Encerramento: Encerrado nos feriados: 1 de Janeiro - Sexta-Feira Santa - Domingo de Páscoa - 1 de Maio - 25 de Dezembro
Horário de visita: De Outubro a Março das 09:00 às 17:00. De Abril a Setembro das 09:00 às 19:00.
Título: Uma das mais importantes abadias cistercienses europeias
Morada: Rua 25 de Abril
Código Postal: 2460 018 ALCOBAÇA
Tel: 262505120
E-mail: mosteiro.alcobaca@igespar.pt
Site: www.mosteiroalcobaca.pt
Distrito: Leiria
Concelho: Alcobaça
Freguesia: Alcobaça

Triângulo Monumental


Em Alcobaça repousam Pedro e Inês. Na Batalha admiram-se os vitrais. E no Convento de Cristo abre-se a boca de espanto.


Paula Oliveira Silva

Mosteiro de Alcobaça

Segundo a lenda foi uma promessa que levou à fundação do mosteiro no longínquo ano de 1178. Os painéis de azulejos da Sala dos Reis (recepção e loja de museu) historiam esse compromisso de D. Afonso Henriques para com São Bernardo, Abade de Claraval em ofertar a “Herdade de Alcobaça” caso vencesse os mouros na tomada de Santarém.

Ajudaram na construção do dormitório e da igreja, os monges cistercienses que seguiam o modelo de S. Bento e que tomavam por norma de vida a oração, o trabalho e a renúncia aos bens materiais. Esse rigor e austeridade transparece na arquitectura. Atenta aos pormenores, uma professora, muito provavelmente de História, explica aos alunos que a igreja que estão a ver é a maior em estilo gótico primitivo que os portugueses construíram na Idade Média. Os adolescentes estão concentrados mas o que os motiva encontra-se no transepto.

É lá que repousam D. Pedro e D. Inês os protagonistas de um dos dramas mais intensos da História de Portugal. Ele foi o rei casado e cego de amores pela aia da mulher, ela a cortesã elevada a rainha mesmo depois de morta. Jazem frente a frente para que, segundo a lenda, se possam ver assim que chegar o dia da Ressurreição. Os túmulos são duas autênticas jóias da escultura tumular do século XIV mas o seu autor é desconhecido. Na Sala dos Túmulos encontra outros exemplos mas bem mais modestos.

Sem a sorte de ter visita guiada, sigo o grupo até ao Claustro do Silêncio, um dos maiores que os monges desta Ordem edificaram. Procuro o Refeitório. Por influência de manuais de História e por vozes amigas soube que é aqui que se encontra o Púlpito do Leitor. Encaixado numa parede com as suas elegantes colunas era aqui que, durante as refeições, eram lidas passagens da Bíblia. Os mais curiosos espreitam para uma estreita abertura na pedra. Não se sabe ao certo, mas segundo consta terá servido de passagem dos alimentos da vizinha cozinha. Antes de lá ir, depara com o Lavabo renascentista destinado à lavagem das mãos antes das refeições. Revestida a azulejos, a cozinha surpreende pela dimensão da chaminé central e pelo tanque que recebe a água directamente de um braço do rio Alcôa. Uma confirmação da engenharia dos cistercienses quanto às questões hidráulicas. Depois da igreja, o Capítulo era a dependência mais importante para a comunidade. Era aqui que os monges se encontravam para ouvir as leituras e eleger o abade entre outras tomadas de decisões. A partir de finais do século XVI os monges dedicaram-se ao cultivo das Artes e das Letras. O mosteiro conhece assim a época dos “monges barristas” com uma obra escultórica notável seja na pedra, no barro ou na madeira como é exemplo a Morte de São Bernardo patente na igreja ou as estátuas dos reis de Portugal até D. José na Sala dos Reis.

2004-04-20
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