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Fundação Eça de Queiroz

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A fundação tem como principal objectivo a divulgação e promoção da obra de Eça de Queirós, através de várias iniciativas como a dinamização da biblioteca, do arquivo e do museu queirosianos. Promove também visitas à Casa e Quinta de Tormes, (onde está sedeada a fundação), bem como conferências e percursos a pé na região relacionados com o escritor, caso do "Caminho de Jacinto", inspirado na obra "A Cidade e as Serras".

Dia(s) de Encerramento: Segundas
Horário de visita: Terça a domingo, visitas das 09:30 às 14:30 e das 14:30 às 17:30No Verão, as visitas fazem-se de hora em hora
Marcação prévia: Visitas guiadas para grupos mediante marcação, por telefone (254882120 e 254885231) ou fax (254885205).
Observações: Outro contacto: 254885231. Aos domingos e feriados não aceitam grupos.
Serviços disponíveis: Alojamento; Almoços mediante marcação; Aluguer de espaços; Venda de produtos; Auditório.
Título: Dar vida às memórias do escritor
Morada: Caminho de Jacinto Quinta de Vila Nova
Código Postal: 4640 433 SANTA CRUZ DO DOURO
Tel: 254882120
E-mail: info@feq.pt
Site: www.feq.pt
Distrito: Porto
Concelho: Baião
Freguesia: Santa Cruz do Douro

Caminho do Jacinto


Reveja nas palavras de Jacinto do romance queirosiano “A Cidade e as Serras” a grandiosidade desta paisagem do Douro. “Ah! Que beleza!”


Paula Oliveira Silva

Trepando serra acima

É a seguir as pegadas de Jacinto, a personagem central do romance queirosiano A Cidade e as Serras que nos aventuramos uma vez mais por terras do Douro. O livro fez mais pela localidade de Tormes do que a paisagem que é bela ou o seu vinho que desde 1982 tem ganho sucessivas medalhas em concursos da sua especialidade.

Quem chega de comboio, deve apear-se na "pequenina" estação de Tormes (Aregos), bordejada pelo rio Douro, tal como Jacinto e seu amigo Zé Fernandes fizeram. Para grande azar nosso, não vamos ao encontro de nenhuma herança e tão pouco temos a sorte de subir a serra ao colo de um "jumento branco" ou de uma "égua lazarenta". Esperam-nos cerca de duas horas a pé até à Casa da Vila Nova, actual Fundação Eça de Queirós. Durante este passeio vemos desfilar uma paisagem condizente com as muitas alusões, inclusivamente patrimoniais, a que o autor se refere.

E lá vamos nós por entre "espertos regatinhos, grossos ribeiros açodados", laranjeiras, macieiras, pinheiros mansos, oliveiras e carvalhos. Procure que mesmo nos nossos dias vai encontrar "pomares cheirosos em flor, vales fofos de verdura e rochas musgosas." Pare quantas vezes lhe apetecer em miradouros estratégicos para o rio, admire os "vales poderosamente cavados" e provavelmente ainda hoje vai ser seguido pelo "esvoaçar leve dos pássaros". "Toda a majestade e toda a lindeza."

Dos edifícios com ar senhorial com que se vai deparar neste passeio há um que se destaca pela história macabra que esconde. A Casa do Lodeiro, assim se chama, pertenceu a um amigo de Camilo Castelo Branco que raptou Fanny Owen, com quem casou. Ao que parece o casamento não chegou a ser consumado e a senhora morreu tísica um ano depois. O seu coração esteve guardado muitos anos num frasco de vidro na capela da casa por decisão do marido. Agustina Bessa Luis dedicou um livro a esta história chamado precisamente “Fanny Owen”.

A Casa da Torre do Cabeção, uma "casa nobre, de opulento repouso," olha de frente para a Igreja de Santa Cruz do Douro rodeada de socalcos de arvoredo e vinha. Vale a pena o desvio até ao templo para o visitar, se acaso estiver aberto, mas também para fazer homenagem ao escritor que repousa no cemitério anexo desde 15 de Setembro de 1989, altura da transladação do Alto de São João em Lisboa. Um momento de comoção para os admiradores do escritor.

2004-09-28
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