O perímetro fortificado de Valença resulta da sobreposição da praça setecentista e do castelo medieval, do qual restam alguns vestígios. Logo após a Restauração iniciaram-se as obras da nova praça, já que a cerca medieval era inútil contra exércitos dispondo de artilharia. Assim surgiu o recinto fortificado, depois designado por Vila que protegia a aglomeração existente. Os cercos espanhóis levados a cabo entre 1643 e 1670 demonstraram que a defesa à distância da praça era insuficiente. Por isso foi decidido erguer uma obra avançada de defesa (geralmente designada por obra-coroa) no outeiro do Bom Jesus, situado algumas centenas de metros a sul da fortificação existente. Surgiu, assim, a segunda parte da praça, a Coroada, conferindo à planta do conjunto o aspecto de uma meia-lua muito alongada e eriçada de bastiões, ocupando todos os pontos altos e dominando a margem esquerda do Minho. A unir os dois recintos fortificados - a Coroada e a Vila - duas portas interiores com fosso e ponte, as Portas do Meio. O conjunto é rodeado por um fosso baixo e muito largo, envolvido, por sua vez, por um talude exterior com posições avançadas de defesa, designado por falsas-bragas.
Estado de conservação: Bom.