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Enoteca Chafariz do Vinho

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O luminoso Chafariz da Mãe-de-Água - é um dos mais bonitos bares alfacinhas. Vocacionado para o vinho em todo o seu esplendor, este é o paraíso para o apreciador deste néctar. Aqui poderá apreciar uma selecção preciosa a copo acompanhada por petiscos mais que deliciosos. A lista contempla mais de 200 referências a este precioso néctar. Indicado para aqueles que apreciam locais sofisticados. No verão tem um esplanada onde é muito agradável estar.

Acessos: Metro: Avenida
Bar/Sala de espera: Bar
Dia(s) de Encerramento: Segundas
Especialidades: Entradas: Mexilhões; Morcela de arroz com grelos salteados; Ostras ao natural; Rolo de massa fresca com requeijão e espinafres; Foie gras de pato; Paio de vinho de Lamego; Alheira de caça; Carpaccio de bacalhau fumado; Chévre sobre tosta com tomate seco e aromas silvestres. Carne: Cabeça de xara; Míscaros estufados com presunto e Peito de pato fumado.
Estacionamento: Não
História: O conhecido crítico João Paulo Martins reuniu um grupo de sócios para criarem um local onde o vinho fosse o grande protagonista.
Horário de Encerramento: 02:00
Lotação: 70
Necessidade de reserva: Aconselhável.
Período de Férias: Encerra na última semana de Dezembro e primeira de Janeiro.
Preço Médio: 20.00
Recomendado para grupos: Sim
Serviços: Esplanada
Tipo de Restaurante: Portuguesa, Regional, Fora-de-horas, Esplanada
Horário de Funcionamento: Das 18:00 às 02:00.
Morada: Rua da Mãe de Água
Código Postal: 1250 154 LISBOA
Tel: 213422079
E-mail: clientes@chafarizdovinho.com
Site: www.chafarizdovinho.com
Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa
Freguesia: São José

Noite da Praça da Alegria


Jante na Enoteca, faça uns jogos de snooker, aprecie o jazz ao vivo e termine num cabaret.


N'Dalo Rocha

A Praça da Alegria está indelevelmente ligada a um nome, o Parque Mayer, que tanta polémica tem gerado nos últimos tempos. Durante os anos 70 foi um lugar de boémia, bem frequentado e falado, e a fama veio-lhe das divertidas revistas com acutilantes críticas sociais.

Hoje, em clara curva descendente, espera ser salvo pelos projectos dos hotéis e do casino do arquitecto Frank Gehry, o mesmo do Museu Guggenheim de Bilbau. A ambição é grande, mas enquanto não se concretiza, a Praça segue o seu ritmo lento, com uma esquadra de polícia e em frente desta o jardim onde dormem alguns emigrantes do leste.

Porém, nem tudo é sorumbático ou revivalista, nem sequer é um eufemismo afirmar que aqui não se pode passar uma noite agradável. E o programa que propomos é precisamente um pequeno roteiro nocturno pelas casas de diversão das redondezas.

Enoteca

No cimo da rua do Conde que parte directamente da Praça está o secular Chafariz da Mãe de Água, que foi recuperado para que no seu espaço nascesse a Enoteca, ou melhor, Chafariz do Vinho. E é precisamente disso que se trata, uma casa onde mais do que beber, se vem degustar o vinho.

Os seus interiores compõem-se de diversas galerias desniveladas numa uma antiga cisterna da complexa rede de galerias que integravam o Aqueduto das Águas Livres. Tectos em abóbodas ogivais, pedra branca viva e um corredor fechado por uma porta de ferro que liga à Patriarcal do Príncipe Real. E o mais desconcertante é que a casa de banho se encontra no exterior. Ou seja, por questões patrimoniais e arquitectónicas, não foi possível criar um acesso interno. Sai-se, contorna-se a fachada do chafariz e entra-se na primeira porta ao lado das escadas que sobem em direcção ao Príncipe Real.

A Enoteca designa-se como restaurante, mas, não pense que vai encontrar pratos muito elaborados nem tão pouco fartas quantidades. Apenas pequenos petiscos, de fazer água na boca, é certo, para que o que de melhor esta casa tem possa sobressair, o vinho.

Comece por um Porto seco para abrir o paladar e vá-se perdendo com as iguarias. Experimente o foie gras para duas pessoas, que não passa de um pequenino pires, assim como as trouxas de alheiras, duas pequenas mas saborosas protuberâncias enroladas em couve lombarda.

A seguir perca-se com a carta dos vinhos, mas cuidado pois há reservas que superam os 100€, apesar de ser perfeitamente normal beber um vinho já muito razoável por cerca de 25€ a garrafa.

Se não tiver tanto apetite ou sede, fique-se pelos copos de 15cl apenas para saciar o paladar.

Snooker Clube

Um clube de snooker com classe, como há poucos. A porta, sempre fechada, só se abre após o olho clínico da câmara de segurança revelar a estirpe dos clientes. Primeiro obstáculo superado!

Entra-se, desce-se um pequeno lance de escadas à esquerda para se descobrir um clube com cerca de dez mesas de pool de oito, as quais vulgarmente se chamam de snooker; muito embora também existam mesas do verdadeiro snooker inglês, o das 16 bolas vermelhas e restantes sete coloridas, para quem aprecia.

Os empregados são simpáticos e o bar oferece um leque variado de bebidas e pequenos petiscos como sandes e afins. Normalmente sugerem-nos a especialidade da casa, ou seja, uma caneca de alumínio repleta de cerveja bem gelada. É refrescante à brava.

Mas quem cá vem, vem para jogar e como os preços até nem são meigos, encontra mesas de qualidade. Não há cá panos esgarçados, mesas descaídas ou tacos empenados.

Aqui o freguês é que manda e a filosofia da casa diz que, desde que esteja a jogar, não deve ser perturbado. Os empregados levam as bebidas à mesa à medida que os embates se desenrolam.

Normalmente a porta fecha às duas da manhã e a fracção da mesa vai subindo conforme a hora do dia, chegando ao pico de 17,5€ a hora, após as três da manhã. Quem está fica, pois desde que jogue dispõe da casa até à hora quiser. Segundo nos confidenciou o funcionário, a casa já esteve aberta até às oito da manhã, pois os contendores estavam motivados a jogar.

Parece um retrato cinematográfico e vem-nos logo à memória o filme “A Cor do Dinheiro”. Mas mais ainda outro clássico também com Paul Newman, “Hustler”. Uma história a preto e branco dos anos 60 na qual o jogador Eddie Felson, interpretado por Newman desafia Minnesota Fat, o melhor jogador da cidade. O embate é épico e dura mais de 24 horas. Por fim, cansado pelo sono, Eddie perde. Agora imaginemos a situação em Lisboa, se dois titãs resolvem juntar-se, lá terá que ficar o empregado de plantão. Ossos do ofício.

2004-03-02
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