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Despensa Transmontana

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Aberta em junho de 2015, a Despensa Transmontana é um cantinho regional no coração de Lisboa. Mercearia e casa de petiscos, traz para a capital os melhores sabores de Trás-os-Montes. Enchidos, azeites, pastéis de Chaves, bôlas, pão centeio e muito mais.

Dia(s) de Encerramento: Segundas
Horário de Funcionamento: De terça a sábado, das 12:00 às 00:00. Domingo das 14:00 às 00:00.
Morada: Calçada do Combro 145-147
Código Postal: 1200 113 LISBOA
Tel: 213460928
Site: www.facebook.com/despensatransmontana
Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa
Freguesia: Santa Catarina

Despensa Transmontana - Lisboa


Perto do Chiado há uma pequena mercearia e casa de petiscos que traz os montes até Lisboa: a Despensa Transmontana. Um cantinho regional onde é possível comprar e provar alguns dos mais afamados produtos da terra, como as alheiras, o presunto, os pastéis de Chaves ou os azeites. Trás-os-Montes inteiro cabe num balcão e meia dúzia de mesas.

De Bragança a Lisboa já não são nove horas de distância como cantavam os Xutos e Pontapés mas, por vezes, ainda é difícil encontrar na capital alguns produtos genuinamente transmontanos. Queria ter um avião para lá ir mais amiúde? Não é preciso. Basta apanhar o metro até à estação do Chiado ou o autocarro para a Calçada do Combro, onde fica a Despensa Transmontana.

Inaugurada em junho de 2015, esta mercearia e casa de petiscos nasceu de uma conversa entre Manuel João Vieira, o músico e eterno candidato presidencial, com raízes em Chaves, e Luís Teixeira, empresário flaviense que também sentia saudades dos cheiros e sabores de infância. “E se abrisses um espaço em Lisboa só com produtos transmontanos?”, desafiou o primeiro. Dito e feito. A Luís juntaram-se depois mais uma sócia, a lisboeta Né Parada Ramos, e outro amigo de Chaves, Júlio Teles Grilo, que dá uma mãozinha aos dois.

Uma cozinha de Boticas no coração de Lisboa

Depois de salão de jogos e mini-teatro, o número 147 da Calçada do Combro (entyre a Bica e o Poço dos Negros) serve agora de morada a este cantinho regional que procura recriar a atmosfera das tabernas e habitações transmontanas. Logo à entrada, a máscara de um careto e um cesto de piquenique com produtos locais fazem as honras da casa, aguçando o apetite para a estante que se segue, repleta de garrafas de vinho, licores, mel, doces, compotas e algumas peças de olaria regional.

Na parede oposta, uma grande fotografia retrata uma cozinha de Boticas, escura, modesta e aquecida pela inevitável lareira transmontana, daquelas onde cabe uma família inteira e muitos punhados de enchidos a defumar. Junto a esta imagem, penduraram-se cebolas, cabaças, folhas de louro e um presunto que ajudam, não só a compor o espaço, mas também desafiam os narizes mais apurados a sentirem os cheiros de paragens distantes. Já os olhos fixam-se no louceiro antigo ali ao lado que dá a conhecer a cestaria da região e os barros negros de Vilar de Nantes, no concelho de Chaves.

O espírito revivalista da mercearia mantém-se no restante mobiliário, seja nas mesas e cadeiras (qualquer semelhança com a sala dos avós não é mera coincidência) ou no balcão à moda antiga que também serve de montra às iguarias já confecionadas. Estas (e os outros artigos) podem ser levadas para casa ou degustadas ali mesmo, umas vezes na companhia de transmontanos saudosistas e lisboetas convertidos, outras de turistas curiosos que tão cedo não se vão esquecer dos sabores do nordeste português. Tudo junto resulta num ambiente heterogéneo e algo inusitado, meio castiço, meio urbano, como se Lisboa e Trás-os-Montes se encontrassem no mesmo espaço.

Iguarias frias e quentes, como as terras transmontanas

Já viu uma criança a olhar para um catálogo de Natal cheio de brinquedos? É mais ou menos da mesma forma que ficam os apreciadores de produtos regionais quando veem a lista da Despensa Transmontana. Tábua de queijos ou presunto bisaro? Sangueira (enchido com sangue de porco), focinheira (com a carne do focinho do porco) ou alheira? Pastel de Chaves ou Cristas de Galo (doce conventual com gemas de ovos e amêndoa)? Entre tantas tentações o difícil é escolher mas, na dúvida, haverá sempre alguém para lhe explicar as características e a proveniência de cada. Uma coisa é certa, a casa privilegia as pequenas indústrias e os produtores locais.

A estas iguarias juntam-se outras opções, como omeleta de linguiça, empadas de bacalhau ou carne de vitela, butelo (enchido com ossos) salpicão bísaro, salada (com pepino, pimento e chicharo) e míscaros com castanhas. Quanto aos vinhos, há mais de 20 referências à escolha (entre tintos e brancos), casos do Quinta das Corriças, do Casal D´Ermelro ou do Golpe. Todos exclusivamente transmontanos, tal como acontece nos outros produtos, sejam eles de Bragança ou Chaves, Valpaços ou Mirandela, Mêda ou Carrazeda de Ansiães. E Trás-os-Montes nunca esteve tão perto de Lisboa. 
 


Nelson Jerónimo Rodrigues
2015-11-11
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