Desde 1933 é uma casa de referência na arte de bem fazer chocolate. Em vários sabores e feitios não faltam miniaturas que agradem a todos: chocolate de leite ou negro, mais doce ou menos em caixas de vários tamanhos, simples, com frutos secos ou recheios variados.
Dia(s) de Encerramento: DomingosDe vários tamanhos e cores, lisas ou com formas inimagináveis as amêndoas da Arcádia são um sucesso na Páscoa. Fomos descobrir como se fazem delícias de excelência e pelo caminho enchemos os pulmões de puro cacau…
Um dos segredos está no método artesanal e na escolha dos ingredientes. Mas não só. O cheiro a chocolate, suave e aveludado é o cartão de visita na loja mais antiga da Arcádia, situada na Rua do Almada, no centro do Porto. Porém, se nas montras e prateleiras, por esta altura invadidas de amêndoas em cestinhos, caixinhas e sacos a transbordar, apenas se vê o produto final, é por detrás daquelas paredes, transposta a porta em madeira, que se abre um mundo repleto de arte com direito a travo adocicado.
Nesta autêntica fábrica do chocolate, já na terceira geração, menos megalómana e mecanizada do que a do Willie Wonka do filme de Tim Burtons, a chegada da Páscoa faz aumentar o corrupio. Entre o castanho do cacau sempre em preparação numa espécie de caldeiras a atenção passa para as mais variadas cores das drageias, amêndoas torradas e baunilhadas, preparadas com afinco no primeiro andar.
Mimos de cor
Apesar de pequeninas não se pense que o processo de fabrico é rápido. A primeira fase, a da drageificação, exige que as amêndoas e o açúcar dissolvido em água ali permaneçam entre seis a oito semanas, depois, entre os tempos de espera para secar cores e fazer as decorações são necessários dois meses para que o processo fique completo. Esta minúcia exige que se produzam drageias continuamente, só para vender na Páscoa. Já agora fique com o número de peso: 35 toneladas por ano é muita amêndoa…
Mas, é no remate final que se descobre um dos motivos do sucesso: chamam-lhe apropriadamente bordar. Em movimentos precisos as amêndoas de licor, de vários tamanhos e formas, são estrategicamente colocadas nuns tabuleiros para serem trabalhadas por referência. Seguem-se as carícias de mãos delicadas que tratam da pintura e da decoração com sacos de pasteleiro bem mais pequenos do que aqueles a que estamos habituados. E não se pense que este processo se aprende de um dia para o outro. São necessários anos para acertar o gesto e manusear com perícia as formas pretendidas, um papel atribuído às funcionárias com mais anos de casa, explica uma das responsáveis pela marca, Margarida Bastos. No final há drageias em forma de manjerico, leitão, bebés, cenouras, ervilhas, morangos, cerejas ou favas. Já a preparação das amêndoas torradas e baunilhadas é um processo mais rápido.