A Casa Taylor´s, uma das mais prestigiadas firmas exportadoras de Vinho do Porto, propõe-lhe uma agradável e informativa visita às suas
famosas caves. Durante a visita, terá a possibilidade de aprender sobre a riquíssima história do vinho do Porto e da Taylor`s, empresa que já entrou
no seu quarto século de existência. Após a visita, que é totalmente grátis, será oferecida uma prova de dois vinhos -Chip Dry e Late Bottled
Vintage (LBV)- na distinta sala da Biblioteca. À disposição do visitante está também o nosso terraço a partir do qual se pode desfrutar da mais
bonita vista sobre a cidade do Porto. Estão, também, disponíveis provas de Azeite Quinta de Vargellas. Esta Quinta foi, recentemente, incluída na
lista das 25 melhores Quintas do mundo. Para além do serviço de visitas -efectuado por uma equipe de guias altamente formada- o nosso centro dispõe de uma simpática loja para compra de vinhos. A Taylor`s sugere que os visitantes estendam a sua visita ao seu restaurante, "Barão de Fladgate", onde poderão deliciar-se com uma refeição de excelente qualidade. O centro de visitas Taylor´s foi vencedor nacional do concurso internacional "Best of Wine Tourism" na categoria de lazer em 2004, na categoria de parques e jardins em 2005 e, na categoria de restaurante vínico em 2006.
Para se visitar as caves do vinho do Porto, tem que se sair do Porto. Aliás, daquela cidade o vinho pouco tem, uma vez que nasce e cresce na região demarcada do Douro, a mais antiga região demarcada do mundo, já existindo desde 1756, e é armazenado em Vila Nova de Gaia. O Porto é apenas uma passagem para as pipas carregadas daquele que já foi um dos principais produtos de trocas comerciais entre Portugal e o resto do mundo. Quanto à Taylor, tem mais de quatro séculos de existência mas continua fiel à organização familiar e independente desde a sua origem, sendo ainda hoje administrada por membros das famílias Fladgate e Yeatman. Talvez devido à sua fidelidade à tradição, única entre todas as caves do vinho do Porto, a Taylor ganhou ao longo da sua existência renome internacional, que faz com que o seu vinho seja o mais procurado e o mais caro nos mercados de todo o mundo. A visita à Taylor começa com uma prova de vinho, numa das mesas da sala de entrada. Aí dominam as garrafas dispostas em vitrines ou nas paredes: as mesas são feitas com pipas de vinho e é lá que o cálice é banhado com a tonalidade dourada deste vinho. Depois, seguimos para a cave propriamente dita onde estão as centenas de pipas e também toda a história desta casa e desta bebida. Assim, a guia começa por explicar-nos que o vinho do Porto é produzido em escarpas do Douro e seus afluentes desde antes dos romanos. Contudo, foi já no século XVII que os ingleses se viram privados do fornecimento de vinhos franceses e voltaram a sua atenção para o vinho português que, dada a distância entre Portugal e Inglaterra, chegavam lá com um desagradável sabor avinagrado. Para contrariar isso, começou a juntar-se aguardente ao vinho. Isto veio a tornar-se um hábito e daqui nasce o vinho do Porto. Com o passar do tempo, descobriu-se que a união entre o vinho e a aguardente realça as suas qualidades além de o proteger: quanto mais envelhece, mais sobressaem estas qualidades e daí estes vinhos passarem a repousar nos armazéns de Gaia antes de embarcar para Inglaterra. Contudo, a riqueza do vinho do Porto não provém apenas desta mistura. As condições geográficas em que as videiras são cultivadas são também fundamentais: o vale do Douro encontra-se numa localização privilegiada, protegido pelo Marão dos ventos frios do Atlântico, com Verões extremamente quentes e secos. De facto, as raízes das videiras são obrigadas a furar por vezes até 15 metros para encontrar água e muitas vezes para se construir novos socalcos é preciso recorrer ao dinamite para quebrar a pedra xistosa. E aqui e ali proliferam as quintas que se dedicam ao cultivo deste vinho.
A Quinta de Vargellas, comprada em 1893, é a mais famosa quinta da Taylor, donde provém grande parte do seu vinho “Vintage”. Desde há cem anos, a vindima é feita aqui durante o mês de Setembro, ainda nos conhecidos tanques onde as uvas são pisadas: segundo a guia desta visita, até agora nenhuma máquina conseguiu reproduzir a eficácia com que o pé humano trabalha a uva. Depois, o vinho fermenta em lagares vigiados por enólogos e quando chega o momento certo, quando as leveduras converteram cerca de metade do açucar natural da uva em álcool, junta-se a aguardente incolor e neutra. Na Primavera seguinte, o novo vinho viaja até Vila Nova de Gaia. É deste processo que nasce o vinho da Taylor que, durante o período de envelhecimento, se adapta a uma diferente e complexa gama de aromas.
2002-09-24