Considera-se Baixa Pombalina o conjunto urbano que se estende do Rossio e Praça da Figueira até ao rio. Perante a catástrofe provocada pelo terramoto de 1755, a reconstrução da cidade, organizada pelo marquês de Pombal, seguiu regras muito rígidas mas inovadoras para a época. Ruas largas que se desenvolveram de forma geométrica e casas assentes em poderosa estacaria de madeira e com estrutura interna em gaiola, foram algumas das principais normas seguidas pelos arquitectos da época. O facto de o trânsito ainda hoje circular perfeitamente à vontade nestas ruas, mostra a modernidade do conceito, século e meio antes da generalização do automóvel. A pedra de fecho desta obra notável é a vasta Praça do Comércio, também conhecida como Terreiro do Paço, por até ao terramoto de 1755 ali se ter situado a residência real. É um vasto rectângulo, com um dos lados aberto ao rio e os restantes rodeados por edifícios alpendrados ao nível do rés-do-chão. Ao centro a estátua de D. José I. No topo oposto ao Tejo, um arco monumental dá acesso à Rua Augusta, em cujo enfiamento fica o Rossio. A melhor perspectiva global da Baixa Pombalina é dada pela subida ao Elevador de Santa Justa, belo exemplar da chamada arquitectura do ferro. Rematando duas das quatro ruas que saem do Terreiro do Paço (Rua do Ouro e Rua Augusta) o Rossio, desenvolve-se em torno de uma grande praça central simétrica, cujos elementos decorativos principais são duas fontes em ferro de gosto francês oitocentista e uma estátua dedicada o rei D. Pedro IV. Rematando a fachada oposta ao rio, o Teatro Nacional D. Maria II, com traça neo-clássica de 1840, recontruído após um incêndio nos anos de 1960. Sobrevivem dois dos cafés simbólicos em lados opostos da praça: o Nicola, do lado do Chiado, e a Suíça, do lado da Praça da Figueira. Esta desenvolve-se paralelamente ao Rossio, ocupando o espaço de um antigo mercado em ferro forjado. Agora tem ao centro uma estátua equestre de D. João I, o rei que assegurou a independência portuguesa, ao derrotar o rei de Castela em Aljubarrota (1385).