Vila na encosta da serra da Aboboreira, contraforte da serra do Marão, que desce para sul até ao Douro. Por isso a paisagem é feita de contrastes, com profundos vales agrícolas, encostas verdejantes talhadas em socalcos e zonas agrestes de montanha, batidas pelo vento onde subsistem algumas aldeias tradicionais com casas em granito cobertas de colmo. O povoamento desta zona é muito antigo, dizem-nos os importantes vestígios megalíticos existentes por toda a serra, nomeadamente antas de diversos tamanhos. Já o nome da sede de concelho provém de um personagem lendário, D. Arnaldo de Bayão que terá conquistado estas terras aos mouros entre 985 e 990, sendo por isso nomeado senhor da região pelo rei de Leão. A proximidade do Douro e das quintas vinhateiras faz com que ainda hoje seja evidente a presença de importantes solares e casas nobres. Numa destas, a Casa de Tormes, o escritor oitocentista Eça de Queirós situa parte da acção do seu famoso romance "A Cidade e as Serras". Um imaginário que pode ser revisitado na Fundação Eça de Queiroz, que organiza interessantes percursos queirosianos por estas paragens. O escritor repousa no cemitério anexo à Igreja de Santa Cruz do Douro desde 15 de Setembro de 1989, altura da transladação do Alto de São João em Lisboa.
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