O concelho de Barrancos é um caso único em Portugal, já que o isolamento ancestral e a proximidade da fronteira desenvolveram uma cultura própria que passa por um dialecto, o "barranquenho", claramente influenciado pelo castelhano. Fruto dessa identidade cultural, a tradição dos touros de morte, também inspirada no que se passa do outro lado da fronteira e que durante anos foi uma fonte de polémica, já que a lei portuguesa proíbia explicitamente a morte dos touros na arena. Agora esta vila é a única a gozar de um regime de exepcção. Na gastronomia, Barrancos destaca-se pelos enchidos locais, os catalães. Historicamente falando, a integração de Barrancos no território português não foi pacífica. Doado, em 1283, pelo rei Afonso X de Castela, como dote da princesa D. Brites que então casou com o monarca português Afonso III, voltou a ser palco de lutas com o reino espanhol após a restauração da independência portuguesa, em 1640. A situação só ficaria resolvida em 1712, mediante tratado entre os dois estados. Nos arredores de Barrancos, junto à fronteira, fica uma das jóias da arquitectura militar medieval, o Castelo de Noudar.
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